Nas últimas três décadas, os recifes de coral têm sofrido uma grande tensão e consequente destruição, devido ao impacto das alterações climáticas. Agora, os cientistas querem minimizar os danos e já encontraram uma solução.
O objetivo é restaurar e preservar estes ecossistemas tão importantes para o Planeta e, como tal, a comunidade científica tem vindo a procurar novas soluções.
Um novo estudo do Instituto de Tecnologia da Geórgia, nos Estados Unidos, desenvolveu várias experiências de plantio na ilha de Mo’orea, na Polinésia Francesa, para perceber qual seria o seu impacto na produtividade e sobrevivência dos corais.
Neste sentido, foram plantadas várias espécies de corais, nomeadamente Acropora hyacinthus, Pocillopora verrucosa, Acropora millepora e Porites cylindrica, em estruturas idênticas a mesas de xadrez.
Segundo o Science Direct, as mesas possuem tampas de garrafa de Coca-Cola na parte superior que, tal como o autor Mark Hay explica, permitem “não só organizar quais espécies queremos em que lugar, mas que a cada dois meses possamos desparafusá-las e pesá-las para que consigamos obter taxas precisas de crescimento”.
No total, os cientistas plantaram 864 corais nas águas do oceano Pacífico.
“Os corais são as espécies básicas destes ecossistemas – fornecem habitat e alimento para outras várias espécies dos recifes. Os efeitos negativos sobre os corais geralmente têm impactos em cascata sobre outras espécies que chamam de lar aos recifes de coral. Se a biodiversidade é importante para o desempenho e a resiliência dos corais, então um colapso da biodiversidade poderia exacerbar o declínio dos ecossistemas dos recifes que estamos a observar em todo o mundo”, destaca Cody Clements, um dos autores do estudo.
O estudo, publicado na revista Science Advances no dia 13 de setembro, mostrou que o crescimento dos corais foi 33% maior em policulturas do que em monoculturas, mais propriamente com a junção de três a seis espécies.
Percebeu-se ainda de que este tipo de cultivo melhora o seu crescimento e potencia a sua sobrevivência.
“Fizemos as manipulações e os corais deveriam competir uns com os outros, mas na verdade eles têm um melhor desempenho juntos do que sozinhos”, refere Mark Hay.
Os especialistas querem agora estudar melhor o que promove este desempenho. “Precisamos de compreender melhor como a diversidade influencia esses processos para prever como a perda de biodiversidade afetará os corais”, remata Clements.