Cientistas encontraram um exoplaneta gigante que parece ter conseguido sobreviver à morte da sua estrela, orbitando neste momento uma anã branca.
As anãs brancas são o processo final de estrelas e chegam a ser tão densas que a sua massa é comparável com a do Sol e o seu volume com o da Terra. É por isso esperado que, durante este processo, os planetas mais próximos acabem por ser destruídos. Mas agora, conta o site IFLScience, uma equipa de cientistas encontrou um planeta que parece ter sobrevivido para contar a história.
O planeta em questão orbita uma anã branca que tem cerca de 53% da massa do nosso Sol, tem cerca de 1,4 vezes a massa de Júpiter e está localizado a 420 milhões de quilómetros da sua estrela (no Sistema Solar, esta é aproximadamente a distância entre o Sol e o planeta anão Ceres, o maior objeto do Cinturão de Asteroides).
A existência de sistemas planetários que sobrevivam a estas fases dramáticas da evolução estelar nas anãs brancas sempre pareceu possível. Afinal, já foram encontrados planetas que sobreviveram a eventos mais cataclísmicos, como as supernovas.
Mas, até agora, os astrónomos só tinham conseguido encontrar evidências de planetas destruídos ou cinturões de asteroides. E também esperavam encontrar planetas mais longe, e não (relativamente) tão perto.
Tendo em conta que se espera que 97% das estrelas da Via Láctea sigam esse caminho, é importante entender o que pode acontecer com os seus sistemas planetários. As estimativas sugerem que metade de todas as anãs brancas têm companheiros do tamanho de Júpiter. Este é o primeiro, agora descrito no estudo publicado, esta quarta-feira, na revista científica Nature.
Tal como recorda o mesmo site, o sistema planetário e outros que virão a ser descobertos são uma janela para o futuro do Sistema Solar. Isto porque quando o Sol se transformar numa gigante vermelha, espera-se que Mercúrio e Vénus sejam destruídos (e mesmo a Terra e Marte terão poucas hipóteses de sobrevivência).