No day after, e já com a notícia consolidada da vitória de Carlos Moedas em Lisboa, Catarina Martins não hesitou em assumir a derrota do Bloco de Esquerda.
Lisboa era a Câmara mais relevante para o Bloco de Esquerda, onde conseguiu eleger vereação há quatro anos. O partido de Catarina Martins não tem implantação autárquica no resto do país, não tem presidências de Câmara e passou a influenciar a governação da capital depois de ter assinado um acordo de governo local com Fernando Medina.
A derrota do socialista levou o Bloco de Esquerda por arrasto, numa noite eleitoral de perdas e desânimo. Foi também por água abaixo a esperança de chegar a acordo com o PS na capital, forçando a líder bloquista a sublinhar, esta segunda-feira, que recusa a hipótese de fazer coligações à direita.
O balanço do partido, adiado para esta segunda-feira, foi feito pela coordenadora, que foi direta ao assunto: O BE teve “um mau resultado” (teve aproximadamente menos 33 mil votos e passou de 12 para quatro vereadores nestas eleições), disse Catarina Martins, citada pelo Público, lamentando que a direita tenha ganho a Câmara Municipal de Lisboa.
“O Bloco conseguiu eleger Beatriz Dias e manter o lugar na vereação, mas o PS o perdeu milhares de votos para a direita. A esta perda não serão indiferentes os problemas próprios do PS em Lisboa, nos últimos meses, mas é também de considerar que a instrumentalização de fundos e políticas públicas na campanha nacional autárquica tenha tido resultados opostos aos que o PS nacional esperava”, considerou.
Catarina Martins destacou a eleição da parlamentar Joana Mortágua, da vereadora Carla Castelo em Oeiras e a estreia do BE no Porto, com a eleição de Sérgio Aires.
Lembrando que recusa coligações com a direita, deixou um aviso a Carlos Moedas: a esquerda estará em vantagem no número de vereadores.
Apesar de a coligação encabeçada por Moedas ter elegido sete vereadores, a soma dos vereadores eleitos pela coligação de Fernando Medina (sete), pela CDU (dois) e pelo BE (um) é superior em três vereadores.
“O Bloco de Esquerda não faz coligações com a direita. Existe uma maioria na Câmara de Lisboa que pode travar retrocessos que a direita queira impor e o BE estará empenhado nesse trabalho”, atirou.