Segundo os especialistas, o impacto da medida deverá depender da forma como será implementada, podendo ter um grande impacto na luta contra as alterações climáticas.
Num anúncio bem recebido por ativistas e organizações ambientes, a China fez saber que não construirá mais centrais alimentadas a carvão no estrangeiro. Através de uma gravação em formato vídeo, Xi Jinping, presidente da República Popular da China, dirigiu-se à Assembleia Geral das Nações Unidas para anunciar os esforços do seu país na luta contra as alterações climáticas.
A China tem tido, ao longo dos últimos anos, uma postura relutante em relação a esta matéria, recusando-se, muitas vezes, em cumprir com as metas definidas nos tratados internacionais — o que constituía um entrave para as metas mundiais de redução da emissão de gases com efeito de estuda e estabilização das temperaturas que todos os anos atingem novos máximos.
“A China vai intensificar o seu apoio a outros países em desenvolvimento na propagação da energia verde e com baixo teor de carbono, e não construirá novos projetos de nergia alimentada a carvão no estrangeiro”, afirmou Xi Jinping.
Anteriormente, outros países adotaram posições semelhantes, como foi o caso da Coreia do Sul e do Japão no início deste ano. Segundo o The Guardian, os três países juntos são responsáveis por 95% do financiamento a centrais a carvão fora dos seus territórios nacionais, com a China a liderar destacadamente a lista.
Agora, segundo os especialistas, o impacto da medida deverá depender da forma como será implementada, podendo ter um grande impacto na luta contra as alterações climáticas.
Ao longo dos últimos anos, várias organizações não-governamentais têm pressionado Pequim a deixar de financiar estes projetos no estrangeiro. No início do mês, o enviado dos EUA para as alterações climáticas, John Kerry, tinha ido mais longe, durante uma viagem à China, estimando que a construção permanente de centrais de carvão no país asiático ameaça reduzir a nada os esforços mundiais de luta contra as alterações climáticas.
Na ocasião disse ter solicitado aos dirigentes chineses que parassem totalmente com estas construções, “para não arruinar a capacidade do mundo atingir a neutralidade carbónica até 2050”. Xi reafirmou os compromissos chineses: neutralidade carbónica “antes de 2060” e atingir um máximo de emissões “antes de 2030”.