A partir de janeiro, segundo as novas regras aplicáveis aos vistos gold, vão deixar de estar abrangidos os investimentos em imobiliário com destino a habitação em Lisboa, no Porto e no litoral.
O regime que visa atrair investimento estrangeiro vai terminar em Lisboa, no Porto e no literal em janeiro de 2022 e o mercado teme um crescimento acentuado na procura de imobiliário.
Ricardo Garcia, diretor de Residencial da Savills Portugal, disse que atualmente se verifica “um crescimento acentuado de clientes para Golden Visa em Lisboa e no Porto devido ao facto de o programa, no modelo atual, ter uma data definida para o seu término”.
Segundo divulgou ao Jornal de Notícias, a consultora tem tido “muitos clientes, nomeadamente do Médio Oriente, Reino Unido e Estados Unidos, que procuram essencialmente as zonas prime do centro de Lisboa e Porto, para além da linha de Cascais e Comporta/Melides”.
“Prevê-se um último trimestre forte, com um nível de procura mais elevado do que nos últimos dois anos devido à abertura gradual das fronteiras e maior controlo da pandemia”, acrescentou Ricardo Garcia, em declarações ao diário.
Também Beatriz Rubio, presidente- executiva da RE/MAX Portugal ouvida pelo mesmo jornal, antecipa que “durante este último quadrimestre haverá uma enorme procura de apartamentos nas regiões que em 2022 deixam de estar no programa de Golden Visa (áreas metropolitanas de Lisboa, Porto e Algarve), seja no investimento dos 500 mil euros ou dos 350 mil euros, em que os processos possam ser entregues até 31 de dezembro de 2021 no Serviço de Estrangeiros e Fronteiras”.
Face à procura, é expectável que os valores de mercado continuem a subir até ao final do ano.
“Os valores em Lisboa e Porto vão continuar a aumentar e só vão estabilizar quando houver equilíbrio entre a oferta e a procura, ou seja, quando estivermos perante uma maior celeridade na aprovação de projetos por parte das entidades”, detalhou Ricardo Cruz, da UrHome.
Depois do decreto-lei aprovado em fevereiro, o Governo altera o regime dos vistos gold restringindo-o às comunidades intermunicipais do Interior e à Madeira e Açores. A Associação Portuguesa de Promotores e Investidores Imobiliários mantém a expectativa de que o Governo volte atrás.