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Velha tradição de tosquia de vicunhas ainda perdura nos Andes

A tradição centenária da tosquia de vicunhas continua viva nos Alpes peruanos.

A vicunha — que se acredita ser um antepassado das alpacas, agora domesticadas — habita as regiões de maior altitude da América do Sul, mais especificamente as montanhas dos Andes, e é cobiçada pela sua lã fina e sedosa.

A lã da vicunha é extremamente apreciada porque, além de produzir quantidades extremamente pequenas de lã fina, só pode ser tosquiada de três em três anos e na natureza. A estes fatores acresce o facto de a textura sedosa da lã não ser encontrada em qualquer outra parte do mundo, sem ser no Peru.

Assim, a tradição secular de tosquia de vicunhas vive nas regiões mais remotas dos Andes peruanos há séculos, explica a Ancient Origins.

Na aldeia de Totoroma, a cerca de 50 quilómetros a sudoeste do “lago mais alto navegável do mundo”, o Lago Titicaca , os aldeões reúnem-se para um evento que dura uma semana, mas apenas uma vez por ano, onde reúnem as vicunhas para serem pastoreadas e tosquiadas. Este processo é localmente conhecido como o “chaccu”.

Com cerca de 0,013 milímetros de espessura, a fibra de lã é leve e macia. O povo indígena local, chamado comuneros, sobe as montanhas próximas e faz a tosquia de 400 a 500 vicunhas.

É uma atividade ancestral que tem vindo a decorrer desde tempos imemoriais”, disse o veterinário Jaime Figueroa.

Todos os anos, cerca de dez toneladas de lã de vicunhas são recolhidas na região andina peruana. Os comuneros seguram a vicunha, enquanto alguém da administração local, que é um perito, transporta uma máquina de tosquiar portátil.

A lã tosquiada é recolhida e colocada dentro de sacos de plástico individuais, antes de o animal ser libertado — geralmente escapam e correm para longe. Cada vicunha produz aproximadamente 150 a 180 gramas de lã e só volta a poder ser tosquiada passados três anos.

ZAP //

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