Vários empreendedores chineses estão a olhar para a chegada dos talibãs ao Afeganistão como uma oportunidade de investir em mercados inexplorados do país.
O contínuo avanço dos talibãs no Afeganistão gerou uma crise humanitária sem precedentes nos últimos tempos. Entre o caos, há quem veja uma oportunidade de negócio, como é o caso de um empreendedor chinês que, em declarações à VICE, apenas deu a conhecer o seu sobrenome: Liu.
O empresário chinês ganha cerca de 30 mil dólares por ano numa empresa de engenharia elétrica em Pequim. No entanto, o elevado preço do mercado imobiliário na capital chinesa torna o futuro complicado para Liu.
Com a queda de Cabul para os talibãs, Liu especulou que um boom em novas construções levaria a uma procura cada vez maior por sistemas de energia. O empreendedor asiático pensa agora mudar-se para o Afeganistão por alguns anos e ganhar mais de dez vezes o seu rendimento atual.
“Agora que há apenas um partido, não vai ficar demasiado confuso. Se os talibãs governarem o país por conta própria, a construção de infraestruturas será o foco. Eu quero uma fatia disso”, disse Liu à VICE.
A narrativa que se concentra no desenvolvimento futuro, mas ignora as atrocidades passadas dos talibãs, estimulou um senso equivocado de otimismo entre alguns chineses.
Vários empreendedores chineses, frustrados com a intensa competição na China, planeiam focar o seu futuro no Afeganistão. As oportunidades de investimento variam desde a eletrónica às embalagens plásticas e fertilizantes.
“Os talibãs precisam da construção da China. O Afeganistão é um ponto chave para conectar o projeto Nova Rota da Seda da China ao Médio Oriente”, disse um outro empresário ouvido pela VICE.
Outro empresário disse estar interessado em trazer os seus produtos de iluminação e fertilizantes para o Afeganistão. Os mercados na maioria dos países asiáticos já estão saturados, disse, mas o Afeganistão era um mercado inexplorado.
“Com o risco vêm os lucros maiores. Precisamos de nos preparar para ir lá quando a situação melhorar, para preencher a lacuna”, disse o chinês na casa dos 40 anos. “Pelas notícias, sinto que os talibãs já não são tão terríveis. Quero apostar que os talibãs estão a tornar-se mais simpáticos”.
Pior que um cristão será uma ateu
Porquê “Uma” ?????
Têm olhinho para o negócio e quanto a direitos humanos estão-se marimbando, e desta forma têm conseguido levar a água ou moínho, melhor dizendo, melhorando o nível de vida do país.
Ótima matéria jornalística. China e Rússia estão muito interessados em ocupar o espaço deixado pelos EUA.