O Governo brasileiro considerou “histórica” a saída do país “do mapa da fome da ONU”, numa reacção a um relatório divulgado esta terça-feira que refere que a percentagem de brasileiros mal-nutridos desceu 50% em dez anos.
“Superar a fome era uma das principais metas do Estado brasileiro e conseguimos isso”, disse a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome”, Tereza Campello, citada pela agência espanhola Efe.
No comunicado hoje divulgado, Campello afirma também que a melhoria nos resultados só foi possível “graças a um conjunto de políticas públicas que garantiram um aumento do rendimento dos mais pobres e um aumento da oferta de alimentos, e consolidaram a rede de proteção social”.
Como exemplo das medidas de proteção social, a ministra elencou o programa das merendas escolares, que “oferece alimentos de qualidade a 43 milhões de alunos, o que significa alimentar diariamente mais do que a população da Argentina”.
O Brasil conseguiu reduzir para metade nos últimos dez anos a percentagem de pessoas com fome, de 10,7 por cento para menos de 5%, de acordo com um relatório das Nações Unidas hoje divulgado em Roma.
De acordo com o relatório sobre a insegurança alimentar publicado hoje pela Organização das Nações Unidas e pelos departamentos de Alimentação e Agricultura (FAO, no original em inglês), pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola e Programa Mundial de Alimentos, o Brasil está a cumprir os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio – uma lista de oito pontos para melhorar as condições de vida das populações entre 2010 e 2015.
O programa ‘Fome Zero’, segundo a ONU, foi o primeiro passo para acabar com a fome no Brasil, através de um conjunto de medidas aprovadas por 19 ministérios que junta as políticas sociais a iniciativas para fomentar a igualdade de rendimentos, o emprego, a produção familiar agrícola e a nutrição.
A junção dos esforços em diferentes áreas fez com que o Brasil tenha reduzido a taxa de pobreza de 24,3% para 8,4% entre 2001 e 2012, enquanto a pobreza extrema também se reduziu de 14% para 3,5%, de acordo com o relatório, citado pela agência espanhola Efe.
/Lusa