Uma equipa de investigadores descobriu novas pistas sobre como sapos e pássaros venenosos evitam intoxicar-se a si próprios.
Segundo o site EurekAlert!, a nova investigação sugere que, em vez de desenvolverem versões resistentes da proteína alvo da toxina, estes animais produzem “esponjas de toxina” que podem limpar o veneno e impedi-lo de exercer os seus efeitos mortais.
Os investigadores estudaram duas espécies venenosas – o pássaro Pitohui e o sapo Phyllobates terribilis – que usam uma toxina extremamente potente chamada batracotoxina.
A equipa demonstrou que ambas não têm canais de sódio resistentes à batracotoxina. Em vez disso, ao comparar os seus efeitos com os da saxitoxina (uma conhecida toxina do marisco), sugere que estas espécies podem depender de proteínas “esponja” que limpam as toxinas e impedem a sua ligação aos canais de sódio.
“Juntas, as nossas observações desafiam a ideia de que a mutação do canal de sódio é a estratégia de auto-resistência da batracotoxina para estes pássaros e sapos venenosos”, disse ao mesmo site Daniel L. Minor, Jr, professor da Universidade da Califórnia em São Francisco (UCSF) e um dos autores do estudo publicado, a 5 de agosto, na revista científica Journal of General Physiology.
“Estas estratégias podem não só oferecer um meio geral de proteção contra toxinas, mas também atuar nas vias envolvidas no transporte e concentração de toxinas em órgãos de defesa essenciais, como a pele”, concluiu Minor.