O asteróide que extinguiu os dinossauros provavelmente veio da metade externa do cinturão de asteróides principal, uma região que se pensava produzir poucos asteróides.
Investigadores do Southwest Research Institute, no Texas, Estados Unidos, mostraram que os processos que enviam grandes asteróides desta região para a Terra ocorrem, pelo menos, dez vezes mais do que se pensava anteriormente.
Além disso, os cientistas explicam que a composição desses corpos corresponde ao que sabemos sobre o asteróide que dizimou os dinossauros.
A equipa de investigadores combinou modelos de computador da evolução de asteróides com observações de asteróides conhecidos para investigar a frequência dos chamados eventos de Chicxulub.
A cratera Chicxulub é uma antiga cratera de impacto situada na Península do Iucatã, no México. A cratera tem mais de 180 quilómetros de diâmetro, tornando-a uma das maiores estruturas de impacto conhecidas no mundo. O meteoro que formou a cratera tinha pelo menos 10 quilómetros de diâmetro.
“Duas questões críticas ainda sem resposta são: ‘Qual foi a fonte do asteróide?’ e ‘Com que frequência esses eventos de impacto ocorreram na Terra no passado?'”, explica o coautor William Bottke em comunicado.
Para sondar o impacto de Chicxulub, os geólogos examinaram previamente amostras de rochas de 66 milhões de anos. Os resultados indicam que o asteróide era semelhante à classe de meteoritos condritos carbonáceos, alguns dos materiais mais primitivos do Sistema Solar.
“Decidimos procurar onde é que os irmãos do asteróide Chicxulub podem estar escondidos”, disse David Nesvorný, autor principal do artigo científico publicado recentemente na revista Icarus.
“Para explicar a sua ausência, vários grupos anteriores simularam grandes ruturas de asteróides e cometas no Sistema Solar interno, observando surtos de impactos na Terra, com o maior deles a produzir a cratera Chicxulub”, disse William Bottke, um dos coautores do artigo, citado pela Europa Press.
“Embora muitos desses modelos tenham propriedades interessantes, nenhum forneceu uma correspondência satisfatória com o que sabemos sobre asteróides e cometas. Parecia que ainda estava a faltar algo importante”.
Para surpresa da equipa de investigadores, descobriram que asteroides de dez quilómetros de largura, localizados na metade externa do cinturão de asteróides, atingem a Terra, pelo menos, dez vezes mais do que o calculado anteriormente.
Assim, asteróides como o que dizimou os dinossauros atingem a Terra, em média, uma vez a cada 250 milhões de anos.
“Este resultado é intrigante não apenas porque a metade externa do cinturão de asteróides abriga um grande número de asteróides de condritos carbonosos, mas também porque as simulações da equipa podem, pela primeira vez, reproduzir as órbitas de grandes asteróides prestes a aproximar-se da Terra”, disse a coautora Simone Marchi.
Nada de que os dinossauros não estivessem à espera.
No que respeita aos dinossauros, eles não tinham formação acadêmica para perceber essas coisas….