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Projeto Galileu quer provar existência de aliens através da tecnologia que deixaram para trás

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ESA / M. Kornmesser / European Southern Observatory

Impressão de artista do primeiro asteróide interestelar: `Oumuamua.

Investigadores vão centrar o seu trabalho na procura de objetos físicos associados a equipamento tecnológico extraterrestre, em oposição às pesquisas anteriores que se focaram em sinais eletromagnéticos.

Um grupo de investigadores de Universidade de Harvard está a preparar o lançamento de um novo projeto, o projeto Galileu, que estudará evidências de vida extraterrestre, partindo de tecnologia muito avançada. A iniciativa será liderada por Avi Loeb, professor de astronomia da universidade, juntamente com Frank Laukien, CEO da Brunker Corporation — uma empresa de manufaturas e equipamento científico baseada em Massachusetts.

“Tendo em consideração a abundância do Sistema Solar, o projeto Galileu é dedicado à premissa de que os humanos não podem continuar a ignorar a possibilidade de existirem civilizações tecnológicas extraterrestres” (ETC’s, na sigla em inglês), anunciou a equipa em comunicado.

O projeto deverá seguir as pistas de um relatório divulgado em junho divulgado pelo Governo norte-americano, o qual sinaliza os fenómenos aéreos não identificados reportados pela marinha e pelo Oumuamua, um interestelar com forma de panqueca que entrou no sistema solar em 2017.

O Oumuamua não se assemelha a nenhum cometa ou asteroides observado anteriormente, tendo desencadeado um debate entre os astrónomos sobre as suas origens.

De acordo com a equipa, o Oumuamua revelou ter propriedades “muito anómalas” que desafiam as “bem conhecidas explicações naturais”. “Só podemos especular, usando a nossa imaginação, que o Oumuamua possa a ser um objeto tecnológico extraterrestre, semelhante a vela de luz muito fina ou prato de comunicação”.

Segundo o The Guardian, em vez de se focar na procura pelo sinais eletromagnéticos, a equipa que compõe o projeto Galileu irá concentrar a sua busca em objetos físicos associados a equipamento tecnológico extraterrestre.

Nos trabalhos, a estrutura do projeto Galileu deverá seguir três eixos principais: a obtenção de imagens de alta resolução de fenómenos aéreos não identificados, possível através de sensores capazes de descobrir a natureza destes mesmos fenómenos; a produção e condução de uma pesquisa aprofundada sobre objetos interestelares “semelhantes a Oumuamua”; e investigação de potenciais satélites ETC.

Apesar do espírito ambicioso do projeto Galileu, os seus responsáveis já nivelaram as expectativas, ao dizerem que não pretendem que as investigações abranjam “tudo e todos“. Segundo Laukien, o projeto tem um âmbito definido e tem limitações“, disse, numa referência ao objetivo do projeto em explorar explicações físicas conhecidas e aceites pela comunidade científica — em vez de especular sobre fenómenos aéreos não identificados registados anteriormente, alegadas observações e relatórios informais.

“Queremos afastar o nevoeiro que existe ao redor deste assunto através de uma análise transparente e científica, reunindo os nossos próprios dados, e não os dados baseados em sensores que são propriedade do Governo federal, visto que a maioria desses dados é classificada”, disse Laukien.

Nesta fase inicial, a equipa está a escolher que equipamentos serão adquiridos e a planear criar dezenas de sistemas telescópios a nível mundial. Cada um destes sistemas será constituído por aproximadamente dois telescópios de 25 centímetros com uma câmara adequada para detetar objetos de interesse, ligados a um sistema informático que irá filtrar os dados.

Loeb, na conferência de imprensa de lançamento do projeto, espicaçou a curiosidade (e ansiedade) dos fãs de astronomia ao revelar que são esperados “resultados interessantes” já no próximo ano. Para estes, o nome do investigador em causa não é desconhecido, já que anteriormente Loeb afirmou que o Oumumua era uma “sonda de vela solar enviada por uma civilização extraterrestre”.

Em março, o investigador, em entrevista à Interesting Engineering, comentou a “receção hostil” que o seu comentário mereceu por parte da comunidade científica, apesar de alguns investigadores, revelou, terem entrado em contacto com ele, em privado, para concordarem com a afirmação, apesar de não poderem admiti-lo publicamente por medo que a reação da opinião pública pudesse comprometer as suas carreiras.

Na mesma entrevista, Loeb afirmou que a descoberta de tecnologia extraterrestre “teria um grande impacto na maneira como percecionamos o nosso lugar no Universo, as nossas aspirações no Espaço e as nossas crenças filosóficas e tecnológicas”.

O projeto Galileu é financiado por doações feitas por indivíduos e fundações. Até agora, a equipa conseguiu angariar 1.755 milhões de dólares, o que permitiu constituir a base da iniciativa. No site oficial é possível conhecer toda a equipa de investigadores envolvida, assim como o conselho consultivo. Os mais apaixonados por astronomia poderão acompanhar as novidades através do Twitter e do Instagram.

ARM, ZAP //

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