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“É desumano”. Sindicatos vão contestar despedimento coletivo da TAP em tribunal

Aero Icarus / Flickr

Depois de a TAP ter anunciado, esta quinta-feira, que vai iniciar um processo de despedimento coletivo que abrange 124 colaboradores, os sindicatos ameaçam contestar judicialmente.

De acordo com o comunicado enviado à Comissão Nacional de Valores Mobiliários (CMVM), é possível perceber que, destes 124 funcionários, 35 são pilotos, 28 são tripulantes de cabine, 38 são trabalhadores da área da manutenção e engenharia em Portugal e 23 são pessoas que trabalham na sede da TAP.

Tal como recorda o semanário Expresso, será o primeiro despedimento coletivo na história da companhia aérea portuguesa, a cumprir 76 anos de vida, e não promete ser pacífico, uma vez que os sindicatos já prometeram contestar judicialmente.

O uso do algoritmo criado pela consultora norte-americana Boston Consulting Group será um dos pontos usados como argumento contra a forma como a transportadora conduziu o processo, adianta o jornal.

Esta quinta-feira, o Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA) considerou que o despedimento coletivo “é desumano” e “não se justifica”.

“Obviamente que o SITAVA irá reunir com todos os seus associados e com o nosso corpo jurídico e iremos lutar contra este despedimento coletivo, porque entendemos que, além de desumano, não se justifica na empresa”, afirmou à agência Lusa o secretário-geral do SITAVA, José Sousa, sublinhando que o sindicato vai recorrer a “todas as medidas possíveis para levar a empresa a reconsiderar este processo”.

“Entendemos que é uma medida errada, a TAP não tinha necessidade disto, é uma crueldade, a empresa precisa destes trabalhadores, hoje é notória a falta de mão-de-obra para executar trabalho”, realçou ainda o dirigente sindical.

Já o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo e Aviação Civil (SNPVAC) apelidou o despedimento de “ilegal” e “sem fundamento” e adiantou também que vai recorrer a todos os meios legais ao seu alcance.

“A posição do sindicato é a de considerar este despedimento completamente ilegal, injusto e inconsequente, sem fundamento, numa empresa que está a caminhar para uma retoma no setor da aviação e que todos os tripulantes que a TAP tem são necessários”, disse o presidente do SNPVAC, Henrique Louro Martins.

Por sua vez, o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) considerou este despedimento coletivo “ilegal e injusto” e lembra que “põe em causa a paz social” na empresa.

“Este despedimento coletivo não se justifica, é ilegal e injusto e põe em causa a paz social, pelo que iremos reagir com todos os meios à nossa disposição e em todas as instâncias, designadamente nos tribunais”, lê-se numa nota enviada aos associados do sindicato.

O processo “enferma de erros e ilegalidades gritantes”, considerou ainda o SPAC, afirmando que com esta decisão a empresa está a incumprir o acordo de emergência.

ZAP // Lusa

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