O Governo dos Estados Unidos (EUA) está a considerar oferecer uma via para antecipar a atribuição de vistos a afegãos vulneráveis, incluindo mulheres que atuam na política, nos media e ativistas se tornaram alvo dos Talibã.
Segundo a agência Reuters, grupos de direitos humanos têm pedido ao Governo norte-americano que adicione 2.000 vistos para mulheres vulneráveis no plano de evacuação que visa retirar do país milhares de afegãos após a saída militar dos EUA.
“Há vidas em risco”, disse Teresa Casale, diretora da organização Mina’s List, que defende a representação feminina em governos de todo o mundo. “As mulheres líderes estão a ser ativamente alvejadas e mortas pelos Talibã. Estas recebem ameaças contra as suas vidas e contra a sua segurança todos os dias”, acrescentou.
Agentes da polícia do sexo feminino, profissionais dos media e da área médica, assim como juízas, foram assassinadas no Afeganistão quando militares estrangeiros deixaram o país.
De acordo com o Human Rights Watch, “jornalistas do sexo feminino podem ser alvos não apenas pelas situações que cobrem, mas também por desafiarem as normas sociais que proíbem as mulheres de desempenhar funções públicas e trabalhar fora de casa”.
Sob o domínio Talibã, as mulheres são proibidas de estudar ou trabalhar, têm que cobrir totalmente o corpo e não podem sair de casa sem um familiar do sexo masculino. As “ofensas morais” são punidas com açoites e apedrejamentos.