Usando ondulações no espaço-tempo causadas pela fusão de dois buracos negros distantes, uma equipa de cientistas conseguiu provar uma das teorias mais famosas de Stephen Hawking.
A teoria da área do buraco negro, que Stephen Hawking derivou da Teoria da Relatividade Geral de Einstein em 1971, afirma que é impossível que a área da superfície de um buraco negro diminua com o tempo.
Segundo o Live Science, um novo estudo, levado a cabo por cientistas do Massachusetts Institute of Technology (MIT), analisou dados de ondulações na curvatura do espaço-tempo, detetadas, pela primeira vez, em 2015, pelo LIGO.
Ao observar a colisão de dois buracos negros, o resultado demonstrou com uma confiança de 95% que as suas áreas não diminuíram, mesmo após a fusão.
“[Esta é] uma dica animadora de que as áreas dos buracos negros são algo fundamental e importante”, disse o astrofísico Will Farr, em comunicado. “Os buracos negros têm uma entropia e é proporcional à sua área. Não é apenas uma coincidência engraçada, é um facto profundo sobre o mundo”, acrescentou o investigador Maximiliano Isi.
Antes e depois da fusão
A área da superfície de um buraco negro é definida por uma fronteira esférica conhecida como horizonte de eventos. Além desse ponto, nada – nem mesmo a luz – pode escapar da sua poderosa atração gravitacional.
De acordo com a interpretação de Hawking, à medida que a área da superfície de um buraco negro aumenta com a sua massa, e como nenhum objeto lançado para dentro pode sair, a área de superfície não pode diminuir.
Mas a área da superfície de um buraco negro encolhe quanto mais gira, pelo que os cientistas questionaram se seria possível atirar um objeto com força suficiente para fazer o buraco negro girar e, assim, diminuir a sua área.
Para testar a teoria, a equipa analisou ondas gravitacionais criadas há 1,3 mil milhões de anos por dois gigantescos buracos negros. Ao dividir o sinal em duas metades – antes e depois da fusão – os cientistas calcularam a massa e o spin dos dois buracos negros originais e do novo combinado.
Estes dados permitiram calcular a área de superfície de cada buraco negro antes e depois da colisão.
A área de superfície do buraco negro recém-criado era maior do que os dois iniciais combinados, uma situação prevista por Hawking e alinhada com a Teoria da Relatividade Geral.
O estudo, que será publicado na Physical Review Letters, pode ajudar a comunidade científica a desvendar mistérios em torno da física de buracos negros.
Diz nesta notícia que a área de superfície de um buraco negro quanto mais rápido girar, mais encolhe. Dito isto, posso especular que será o próprio movimento de rotação da esfera compacta de matéria que se encontra no centro do buraco negro ( singularidade) que põe a área de superfície ou o horizonte de eventos em rotação. Quero com isto dizer que imediatamente antes do Big Bang o Universo estava confinado a uma esfera que tudo continha com momento angular igual à velocidade da luz, e por isso o horizonte de eventos ao girar à mesma velocidade encolheu ao ponto de ter uma área de superfície igual à área de superfície da própria singularidade, ou seja, desaparece; deste modo, antes do Big Bang, tivemos uma singularidade nua, talvez até a única na história do Universo, porque só ocorre em condições muito especiais. Isto significa observar diretamente a singularidade, pois não tem o horizonte de eventos a funcionar como uma cortina.