O cérebro dos índios da tribo amazónica tsimane envelhece de maneira diferente da dos norte-americanos ou europeus, resultando numa mais lenta redução do volume cerebral e, muito provavelmente, num menor risco de deficiências cognitivas.
A conclusão foi apresentada pelos cientistas da Universidade do Sul da Califórnia, nos EUA, cujo estudo foi publicado na revista científica The Journals of Gerontology, Series A.
O segredo da longevidade desta tribo tem por base o estilo de vida tradicional dos tsimane, uma vez que vivem da prática da agricultura, caça, e pesca, escreve o Science Alert.
O investigadores acreditavam que os tsimane – que não recebem assistência médica moderna – estariam sob um risco mais elevado de contrair infeções e, em consequência, inflamações mais frequentes.
No entanto, descobriu-se que a tribo regista os níveis mais baixos do mundo no desenvolvimento da cardiopatia isquémica devido ao seu modo de vida ativo e à dieta pobre em calorias.
Na pesquisa participaram 746 membros da tribo, com idades entre os 40 e os 94 anos, tendo os cientistas calculado o volume dos seus cérebros através de tomografia computadorizada.
Assim, foi observada uma redução do volume cerebral mais lento, em comparação com participantes da Alemanha, EUA e Países Baixos.
O estudo indica que o estado do sistema circulatório se revelou mais importante para o envelhecimento saudável do cérebro do que os fatores inflamatórios ligados às infeções.
“O nosso estilo de vida sedentário e a dieta rica em açúcares e gorduras podem estar a acelerar a perda de tecido cerebral com a idade e a tornar-nos mais vulneráveis a doenças como o Alzheimer”, alertou Hillard Kaplan, um dos autores do estudo.