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Com o S. João à porta, Rio diz que “não há condições para festejar”. Especialistas pedem coerência

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Um Santo António sem arraiais, um São João sem fogo-de-artifício nem concertos e um São Pedro em que as rusgas só passam na televisão. Este será o cenário vivido em Lisboa, Porto e Póvoa de Varzim.

Em Lisboa, a Câmara Municipal não vai autorizar a realização de arraiais populares durante o Santo António, no Porto não haverá fogo-de-artifício nem concertos nos Aliados na noite de São João, enquanto na Póvoa de Varzim não haverá nada e as tradicionais rusgas de São Pedro só poderão ser vistas através da televisão.

“Infelizmente, este ano não vamos poder ter arraiais, não vamos poder ter as comemorações do Santo António com arraiais, dada a situação que vivemos”, anunciou Fernando Medina, Presidente da Câmara de Lisboa.

Por outro lado, Rui Moreira, autarca do Porto, frisou que “São João haverá sempre”. “Aquilo que a Câmara permitiu, com o parecer das autoridades de saúde, foram três zonas de diversões, onde as pessoas podem ir em condições consideradas de total segurança por parte da Direção-Geral da Saúde”, explicou.

A decisão da autarquia da invicta já faz prever que muitos portuenses saiam à rua para, de uma forma mais controlada, festejaram a noite mais longa da cidade.

Os comerciantes agradecem, mas há quem quem considere esta “abébia” um erro.

Rui Rio defende que não se pode estragar com uma noite de Santos Populares o controlo da pandemia, criticando decisões como a da Câmara do Porto de criar condições para que as pessoas saiam à rua.

“Infelizmente, não há condições para festejar os Santos Populares nos termos em que todos estamos habituados desde pequeninos, e sabemos como é, porque isso são aglomerados e aglomerados de pessoas e, portanto, mais vale fazermos o sacrifício neste momento de não termos o Santo António, não termos o São João e conseguirmos segurar a pandemia do que numa noite ou em duas noites estragarmos tudo o que temos vindo a conseguir”, referiu o líder dos “laranjas”.

Para Rio, o argumento usado por alguns presidentes de câmara do “balão de oxigénio para a economia” não faz qualquer sentido porque ajudar a economia é conseguir que o país retome “a normalidade o mais depressa possível e não é a faturação em 24 ou 48 horas”.

O líder do PSD, que foi precisamente presidente da Câmara do Porto, foi confrontado pelos jornalistas com a decisão do seu sucessor Rui Moreira.

Eu se fosse presidente da Câmara do Porto ou de outro lado qualquer fazia aquilo que acabei de dizer. Eu não criava condições que atraíssem as pessoas a vir para a rua, neste caso no Porto, no dia 23 de junho à noite. Não criava essas condições. Não punha carrosséis, não punha nada disso porque isso cria as condições, chama as pessoas”, criticou.

Apesar de concordar que seria “agradável para as pessoas” uma vez que estas festas são uma tradição à qual as pessoas estão habituadas, Rio considera que não vale a pena “o sacrifício” uma vez que Portugal “está quase à beira de conseguir ultrapassar estas dificuldades” e relançar a economia, a vida social e a vida cultural.

Esta opinião é partilhada por alguns especialistas. Ao Expresso, o imunologista Luís Delgado afirma que “não há condições nenhumas” para as habituais celebrações dos Santos Populares e permiti-las seria “um risco neste momento”, uma vez que “continuamos em pandemia e as pessoas devem permanecer em casa o máximo possível”.

Por sua vez, Ricardo Mexia nota é que “há uma enorme discrepância entre aquilo que são as regras a que todos estamos sujeitos e entre o que na prática depois tem acontecido em diversos contextos”.

O epidemiologista identifica “um desafio comunicacional e de coerência, depois do que se tem passado nas últimas semanas”. É portanto necessário “tomar decisões claras”, para que “as regras se apliquem de forma universal”, caso contrário “as pessoas têm dificuldade em compreender e cumprir”.

“Podemos festejar sem incumprir regras”

Graça Freitas, diretora da DGS, sublinha que “não podemos, de maneira nenhuma, perder aquilo que já conquistámos”.

A responsável lembra que “já passámos muito”, desde que há 15 meses foram identificados os dois primeiros casos de covid-19 em Portugal.

Neste sentido, deixa um apelo: “O que peço às pessoas é que se divirtam, que convivam, que façam a sua vida de relação, mas que continuem a ter precauções, a ter regras e, sobretudo, não correr riscos desnecessários”. Graça Freitas adverte que “ainda temos muita gente vulnerável, muita gente que não está vacinada e que não tem imunidade natural”.

Graça Freitas advoga que “as coisas podem fazer-se com medidas, precauções e regras”. A responsável refere que “podemos festejar sem incumprir regras de distanciamento mínimo” e, “sempre que possível, evitando aglomerados”.

Marcelo promete dizer o que “deixa de fazer” para “evitar aglomerações”

O Presidente da República prometeu, em Sófia, dizer, quando regressar a Portugal, o que pensa sobre as comemorações dos Santos Populares, e o que deixará ou já deixou de fazer para “evitar aglomerações”.

Questionado pelos jornalistas após um jantar privado oferecido pelo Presidente búlgaro, Rumen Radev, no arranque da sua visita oficial à Bulgária, que se prolonga até quinta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa escusou-se a comentar as várias notícias sobre essa matéria.

“Quando voltar ao território português, o que acontecerá na sexta-feira à noite, e antes de seguir para o 10 de Junho na Madeira, eu direi o que penso sobre essa matéria e até direi qual é a programação que terei para os dias seguintes, que são os dias em que se integra aquilo a que se querem referir”, afirmou.

“Na altura, direi o que deixarei de fazer ou já deixei de fazer. Já sabem que a Festa do Livro deixou de existir, era entre os dias 9 a 13 de junho, precisamente para evitar aglomerações”, acrescentou.

Lisboa recompensa marchas

A Câmara Municipal de Lisboa vai dar um apoio financeiro às coletividades e outras entidades que não vão poder fazer os arraiais dos Santos Populares este ano, escreve o Diário de Notícias.

Em comunicado divulgado ao início da tarde desta terça-feira (1 de junho), a autarquia liderada por Fernando Medina justificou a proibição dos arraiais com a situação sanitária em Portugal.

Este é o segundo ano em que tal proibição vigora, e como tal a câmara salienta que vai “apoiar as entidades promotoras dos arraiais populares que habitualmente eram licenciados com um montante de 2000 euros/cada. Uma medida que se junta ao apoio concedido às coletividades participantes no concurso das Marchas Populares (15 mil euros/cada)”.

Ana Isabel Moura, ZAP // Lusa

17 Comments

  1. Se tiver bêbado, vestido com uma camisola de uma equipa de football e disser que vou festejar o “Saint Juan” já posso ir festejar?

  2. No “corpo”da notícia…”Os comerciantes agradecem, mas há quem quem considere esta “abévia” um erro.”…
    Verifiquem, mas presumo que seja “abébia”. Abévia, nunca ouvi falar/escrever!

  3. Por este tipo de especialistas o pais nunca vai voltar ao normal, queremos turistas mas deus nos livre que eles venham festejar, queremos o negocio a girar mas livrem-se de ir para os bares ou restaurantes.

    Afinal é suposto o que ? Que os turistas comprem bilhetes na TAP mas não embarquem, ou é suposto eu receber a conta do restaurante de algo que não comi e transfira o dinheiro por MBWay sem nunca ter saído de casa !!!

    Sinceramente ainda não percebi o que quer esta gente!
    Primeiro era salvar o SNS evitando o colapso, agora em que os casos positivos já não se traduzem em impacto para o SNS (que dia para dia tem menos internamentos e UCIs), querem salvar o que? as suas posições de gente importante!

  4. É obrigatório dar razão ao Costa, o Rui Rio está cada vez mais próximo do chega, por incrível que pareça já está com a argumentação do Passos Coelho, quando dizia que era mais troika que a troika, o Rui Rio já é mais Covid que a Covid, o que não é nada bom para Portugal, tal como não foi a Troika.

  5. Se querem que as coisas correm bem e voltarmos à vida normal, só há um caminho: SEGUIR AS DIRECTIVAS DO GOVERNO e principalmente os conselhos de António Costa, foi assim que saímos do BURACO que deixou o Coelho & Cª.

  6. Festas, Arraiais, Festejos, Santos Populares etc…
    Não devem serem autorizados, vale esperar que este vírus criado pela China em Laboratório.
    Pediu Cristine Lagarte Ex Directora do FMI em 2019 no Japão, disse que os idosos vivem tempo de mais, há que fazer algo, dado que a Economia Global está em desespero dada os gastos excessivos pelos idosos!
    E assim nasceu este maldito vírus COVID 19
    Apareceu em 2019 na China, depois só apareceu na Europa em Janeiro de 2020.
    A China deveria ter comunicado mais cedo da merd. que fizeram e assim tinha-se evitado milhares de mortes.
    FESTAS NÃO, VALE MAIS ESPERAR MAIS TEMPO, QUE DEPOIS DE CASA ARROMBADA, TRANCAS Á PORTA.

  7. Com um Governo e uma Oposição Patriota, não só esta organização Ucranianos, Russos, Venezuela, como todas do género deviam era ser consideradas elegias em Portugal, vão fazer politica e desordem para os seu países, o Problema é que desde que as televisões tomaram conta dos partidos políticos, ou os partidos políticos tomaram conta das televisões, não sei, é muito confuso, a classe de deputados desceram de nível a pique, na TVI existe enorme quantidade de comentadores, analistas, jornalistas etc., tudo da mesma área politica, a TVI parece o seguro de políticos desempregados, nas RTPs apesar de ser financiada pelos fundos do Tesouro dos nossos impostos, e das Taxas nas faturas da Luz, acontece precisamente o mesmo, tudo da mesma area politicas, so que nas RTPs sabe-se que é liderada por PSD.
    Agora digam Lá, COM SINCERIDADE, sejam lá do BE, PCP/Verdes, PSD/CDS, CDS, Chega, PAN, IL, sejam lá apoiantes do partido que forem, seja lá das RTPs, da SIC, da TVI, do CMTV, se Em Portugal Com a canalhice que se desta gente como agora a do IL, se Existe alguém confiável, e com capacidade para governar Portugal, Para ser 1º Ministro, QUE NAO SEJA O PS, O ANTONIO COSTA.

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