O empreendimento turístico Zmar, em Odemira, acolhe mais de 40 migrantes, após terem entrado mais dois grupos de pessoas na última semana, alojadas no complexo por residirem em locais que não têm condições de habitabilidade.
Segundo avançou no domingo o Público, dias após entrarem no complexo, os primeiros migrantes começaram a ser encaminhados para residências disponibilizadas pelas respetivas entidades. Contudo, há cerca de uma semana chegaram mais 14 migrantes ao complexo e na quarta-feira outros 20 pessoas, totalizando agora 43 pessoas.
Odemira apresenta um ligeiro agravamento dos números da covid-19, com uma incidência cumulativa de 287 casos por 100 mil habitantes na sexta-feira.
O gabinete do secretário de Estado Adjunto e da Defesa, Jorge Seguro Sanches (coordenador regional no combate à covid-19 no Alentejo), explicou que se mantém a “requisição temporária, por motivos de urgência e de interesse público e nacional” já que a situação de calamidade torna possível “requisitar temporariamente bens ou serviços”.
Assim, “o espaço pode ser utilizado, sendo que a operação do empreendimento objecto de requisição compete ao município de Odemira, com o apoio da autoridade de saúde e do responsável da Segurança Social territorialmente competentes”, continuou.
O Governo informou que, no município de Odemira, estão a ser realizadas ações de fiscalização a habitações, estando sinalizados para acolhimento a Pousada de Juventude do Almograve, a antiga residência de estudantes em Odemira e o Zmar. Ainda há migrantes de Odemira com covid-19 na base naval do Alfeite, na margem Sul do Tejo.
De acordo com o Público, o Governo está a usar o Zmar fora das condições com que ele próprio justifica a requisição civil. Confrontado, o gabinete de Seguro Sanches esclareceu que “a requisição do espaço é feita sobre espaços que não estão ocupados e tem possibilitado que estas pessoas encontrem um espaço provisório de alojamento e em condições até ser encontrada uma solução menos precária”.