Uma planta incomum na Grécia exala o cheiro de insetos em decomposição, provavelmente como uma forma de atrair e prender moscas Megaselia scalaris.
Chama-se Aristolochia microstoma e, segundo o Science Alert, é o primeiro caso conhecido de uma planta que cheira a invertebrados mortos para espalhar o seu pólen.
As moscas Megaselia scalaris procuram matéria em decomposição na qual possam colocar os seus ovos, fornecendo alimento para as larvas eclodidas. O cocktail de odores produzidos por A. microstoma é um pouco diferente do cheiro emitido por mamíferos mortos, mas serve para as enganar.
As flores castanhas, que se encontram parcialmente enterradas ou próximas ao solo entre folhas ou pedras, “libertam um cheiro desagradável a decomposição, percetível para as pessoas a uma curta distância”, detalhou Thomas Rupp, da Paris-Lodron University of Salzburg, na Áustria.
Até agora, os cientistas pensavam que A. microstoma era polinizada por pequenos artrópodes, como formigas, mas esta nova pesquisa sugere que as moscas são os principais polinizadores.
Assim que ficam presas na planta, as moscas são obrigadas a depositar todo o pólen que apanharam de outras flores, fertilizando as partes femininas de A. microstoma.
Antes de a flor encolher e revelar uma saída, as moscas também são cobertas com o pólen das partes masculinas da planta para que o espalhem noutros lugares.
“Muito poucas plantas são conhecidas por produzir este composto, o que sugere que A. microstoma imita uma falsa ‘recompensa’ incomum para atrair polinizadores especializados”, concluem os autores, no artigo científico publicado a 21 de maio na Frontiers in Ecology and Evolution.
Já há vários anos que conheço essa planta numa horta onde vou no sul de Portugal. Logo não existe só na Grécia como também cá em Portugal. E não é a única a cheirar mal, há mais plantas lá naquela horta que cheiram também mal. Talvez sementes trazidas por aves que pernoitam nas árvores.