Papa Francisco lança iniciativa para excomunhão de membros da máfia

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O Papa Francisco quer excomungar formalmente todos os membros das máfias, num momento em que a Igreja decidiu beatificar um juiz que combatia a corrupção e foi morto pela máfia.

O líder mundial da Igreja Católica Apostólica Romana já deu ordens para a criação de um grupo de trabalho, inclui uma ex-ministra e o presidente do Tribunal do Vaticano, para estudar a excomunhão de membros da máfia.

De acordo com o jornal espanhol ABC, citado pelo Observador, a iniciativa poderá ser particularmente útil em países onde estas organizações costumam usar símbolos cristãos para disfarçar a sua verdadeira natureza. É o caso de vários grupos italianos e na América Latina.

O Vaticano decidiu lançar a novidade num momento simbólico, visto que a Igreja beatificou, este domingo, o juiz italiano Rosario Livatino, que foi assassinado em 1990, pela máfia siciliana.

O próprio Papa Francisco lembrou Livatino como um “mártir da justiça e da fé” e um exemplo de integridade, que “nunca se deixou corromper e que julgava não para condenar, mas para redimir”.

Durante a cerimónia foi mostrada como uma relíquia a camisa manchada de sangue do juiz, que serviu de prova nos julgamentos e condenação dos autores do homicídio, explica a Lusa. O magistrado, que era um católico fervoroso e se dedicou muito às investigações sobre corrupção, foi assim declarado “mártir do ódio à fé”.

Assim surge o grupo de trabalho, que fará parte do departamento de Desenvolvimento Humano do Vaticano e incluirá nomes como o presidente do Tribunal do Vaticano, Giuseppe Pignatone, e a ex-ministra e antiga presidente da comissão parlamentar anti-máfia de Itália, Rosi Bindi, explica o mesmo jornal.

ZAP //

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