O britânico Lewis Hamilton (Mercedes) venceu hoje o Grande Prémio de Portugal de Fórmula 1 e alargou o recorde de triunfos na modalidade, que é seu desde a edição de 2020, com 97 vitórias.
Hamilton, que partiu do segundo lugar da grelha, deixou o holandês Max Verstappen (Red Bull) a 29,197 segundos e o companheiro de equipa, o finlandês Valtteri Bottas (Mercedes), em terceiro, a 35,530 segundos.
Com estes resultados, o piloto britânico tem, agora, 69 pontos e alargou a liderança do campeonato face ao holandês, que tem agora 61.
Hamilton admitiu que se divertiu “muito” numa “corrida fantástica”. “Foi uma corrida tão dura… fisicamente e mentalmente. Havia muito vento, era fácil cometer um erro”, começou por explicar o campeão mundial.
Hamilton contou que se sentiu “um idiota” quando foi passado por Verstappen no retomar da corrida após a entrada do ‘safety car’, à sétima volta.
“Estava concentrado no Valtteri [Bottas] e, por uma fração de segundo, olhei para o lado para ver onde estava o Max [Verstappen] e foi nessa altura em que o Bottas arrancou. Depois ia no cone de ar do Bottas e dei-o ao Max. Senti-me um idiota”, admitiu o piloto da Mercedes.
Hamilton alargou a vantagem na liderança do Mundial de Fórmula 1 para oito pontos. Por isso, o sentimento de alívio com que se apresentou na conferência de imprensa após a corrida.
“Do ponto de vista de um piloto, esta pista foi incrível. Foi uma corrida fantástica, muito divertida. Fisicamente também é exigente, mas há curvas largas em que podes estar perto dos outros carros”, disse.
Hamilton alerta que “o campeonato está muito apertado”, pois trava-se “uma grande luta entre Mercedes e Red Bull”, pelo que é necessário “continuar a puxar até à última corrida”.
“Estamos entusiasmados por estarmos na luta com a Red Bull. Acho que eles pioraram um pouco aqui, porque nós não melhorámos. Mas é para isto que vivemos”, frisou. Hamilton revelou ainda que sentiu alguma falta de concentração no início da prova.
“Precisava de estar mais perto [de Verstappen], mas não estava no DRS dele. Tive de arrumar os meus pensamentos, dar uns toques à forma como estava a pilotar. Ele fez um erro na curva cinco e aproximei-me, precisava de manter essa distância o resto da volta para passar e consegui”, contou, sobre a manobra que lhe deu o segundo lugar, antes de chegar à liderança da corrida.
Sobre os pneus, muito criticados por vários pilotos pela falta de aderência ao longo de todo o fim de semana, Lewis Hamilton foi pouco expansivo.
“Os pneus? Não quero falar muito. Consegui um bom equilíbrio [no carro], melhor na corrida do que para a qualificação”, começou por dizer, frisando que “os pneus são diferentes este ano”, pelo que “a abordagem é diferente, mas não há uma grande diferença”.
“Com os mais duros sabemos que duram toda a corrida e que podemos puxar todas as voltas”, disse. O campeão mundial frisou ainda que a “pressão este ano é imensa”.
“Há grande respeito entre nós. É sempre bom quando temos uma corrida como a de hoje em que ultrapassamos e capitalizamos as pequenas diferenças. Mas o Max deu tudo com a Red Bull. Acho que vai ser assim todas as semanas. Corridas justas e isso é que faz as corridas incríveis”, concluiu.
Verstappen tentou “tudo” o que pôde
Max Verstappen admitiu ter tentado tudo o que pôde para conquistar a vitória no Grande Prémio de Portugal, mas sem sucesso.
“Tentei tudo o que pude, sobretudo no reatamento. Nunca me conseguia aproximar nas últimas duas curvas para passar na reta”, começou por explicar Verstappen.
O piloto holandês admite que foi “uma corrida decente”, mas voltou a queixar-se de “falta de aderência”.
“Senti que foi não uma corrida de prego a fundo, mas de poupança de pneus. É difícil dizer [onde é que os Mercedes são melhores do que os Red Bull] quando estamos tão perto, porque perdemos aderência”, explicou.
Por isso, agora espera “para ver em Barcelona a progressão” do carro, pois há nova corrida no próximo domingo, no circuito catalão.
“Temos de melhorar porque devemos ser os mais rápidos em todas as pistas sob todas as condições, porque a pista é igual para todos”, disse.
O piloto holandês está a fazer o melhor arranque de temporada da sua carreira, situando-se a oito pontos do líder Lewis Hamilton após três corridas disputadas.
“Oito pontos é perto, mas gostava que fosse ainda mais perto. A época é longa. Não queremos desistências nem erros estúpidos”, sublinhou Verstappen.
Bottas fala em corrida “desapontante”
O finlandês Valtteri Bottas disse que o seu terceiro lugar no Grande Prémio de Portugal é “desapontante” por ter saído da ‘pole position’.
“Queria ganhar, mas não aconteceu. Ainda não sei porque no início não tive o ritmo com pneus médios que tiveram o Lewis [Hamilton] e o Max [Verstappen]”, começou por dizer o piloto da Mercedes aos jornalistas, na conferência de imprensa após a corrida.
Bottas ainda liderou as primeiras 20 voltas, mas acabou ultrapassado, primeiro por Hamilton e, depois, por Max Verstappen, terminando na terceira posição, a 33,530 segundos do vencedor.
“O início e reinício foram bons para mim, mas rapidamente vi que não tinha o mesmo ritmo que eles com os médios. Depois tive um problema com um sensor e perdi cinco segundos para o Max. E pronto, foi isso”, sublinhou.
Bottas disse que agora “há muitas coisas para analisar nos próximos dois dias”, antes da próxima corrida, o Grande Prémio da Catalunha, que se realiza no próximo domingo, em Barcelona.
O piloto finlandês foi ainda inquirido sobre o apoio via rádio dado pelo diretor da equipa, o austríaco Toto Wolff, durante a prova lusa. “Acontece muitas vezes, abrir a rádio e dizer coisas. O apoio nunca prejudica”, concluiu.
Ainda assim, Bottas ficou satisfeito com os 16 pontos hoje amealhados (15 pelo terceiro lugar e um pela volta mais rápida da corrida), pois “são mais do que na prova anterior”, em que desistiu devido a um acidente com o britânico George Russell (Williams).
Com este resultado, o piloto finlandês está na quarta posição do campeonato, com 32 pontos, a 37 do líder, o seu companheiro de equipa, Lewis Hamilton.
// Lusa