O número de telemóvel do primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, está disponível na internet há 15 anos. O contacto foi revelado no final de um comunicado de imprensa, mas permaneceu online desde então. A questão levanta preocupações sobre a segurança nacional.
O número de telefone, que aparece na parte inferior de um comunicado de imprensa de 2006, quando Johnson era deputado da oposição, parece ser o que o líder conservador ainda usa atualmente, escreve a BBC.
O Vice refere que tentou ligar para o número várias vezes, mas a chamada foi desligada sem nunca ser atendida. O jornal online refere que o número parece ter sido desconectado e as mensagens do WhatsApp já não estão a ser entregues.
Contudo, a notícias espalhou-se e uma onda críticas surgiu em torno do primeiro-ministro, sobretudo, porque a divulgação do seu contacto poderia colocar em risco a segurança do Reino Unido.
Peter Ricketts, ex-conselheiro de segurança nacional do Reino Unido, disse, em entrevista à BBC, que o facto do número pessoal de Johnson ser de domínio público “é importante”, porque “é um bem muito valioso”, comento, insistindo na importância de se controlar a publicação online de informação sensível para a segurança.
“Penso, em particular, em políticos com alta responsabilidade, que ocupem cargos delicados, cujas conversas telefónicas podem conter material sensível, informação comercial delicada, pessoas que tentam pressioná-los para obter favores, ou isenções fiscais, ou conversas com líderes estrangeiros”, disse Ricketts.
No entanto, o governo britânico já reagiu, minimizando os riscos para a segurança nacional. “Tanto quanto sei, todos os protocolos de segurança foram seguidos”, disse o ministro das Finanças, Rishi Sunak, considerando que “parte do que torna o primeiro-ministro especial é que ele é um indivíduo incrivelmente acessível”.
A nova revelação surge depois de Johnson ter sido criticado por comunicar por meio de mensagens de texto com o industrial britânico James Dyson.
Nessas mensagens, que remontam ao início da pandemia em março de 2020, o primeiro-ministro prometeu benefícios fiscais a Dyson em troca do fabrico de ventiladores para os hospitais do país.
O caso expôs os laços estreitos entre o governo conservador e os interesses privados e a sua disposição de responder diretamente às comunicações dos empresários.