A Arábia Saudita iniciou negociações com uma empresa estrangeira para alienar 1% da petrolífera Aramco, anunciou o príncipe herdeiro saudita, Mohammed Bin Salman, em entrevista.
“Estão em curso as negociações para a aquisição de 1% do capital da Aramco por uma das principais empresas do setor da energia do mundo, e isso será benéfico para as vendas da Aramco neste país”, disse o herdeiro saudita, sem adiantar pormenores.
A Aramco já tinha vendido parte do capital em dezembro de 2019, uma venda que arrecadou 29,4 mil milhões de dólares (mais de 24 mil milhões de euros).
No início de abril, a petrolífera vendeu uma participação minoritária de uma empresa para a norte-americana EIG Global Energy Parteners, por 12,4 mil milhões de dólares (mais de dez mil milhões de euros).
Estas alienações demonstram o desejo de Riade de arrecadar fundos que financiem a diversificação da economia saudita.
Atualmente, a China é o maior comprador de petróleo saudita, importando mais petróleo do reino do que de qualquer outro país em 2020, de acordo com dados da Administração Geral das Alfândegas da China.
No entanto, a Aramco tem outros grandes clientes na Ásia e, num relatório no mês passado, a empresa divulgou que está a investir em vendas de petróleo bruto e operações comerciais na China, Índia, Sudeste Asiático, Japão e Coreia do Sul.
Isto significa que o potencial comprador da Aramco “claramente tem que ser uma empresa petrolífera nacional asiática”, disse o analista sénior da Bernstein, Oswald Clint. “A maior parte do petróleo bruto vai nessa direção”, referiu à CNN.
Numa altura em que as empresas de petróleo nos Estados Unidos e da Europa estão a tentar abandonar o petróleo e anunciam planos de investir milhões de dólares em projetos de energia limpa, acredita-se que se irão manter longe do negócio.
Por isso, “a China pode ver uma oportunidade de aprofundar o seu próprio relacionamento”, disse Hasnain Malik, chefe de estratégia de ações em mercados emergentes do Tellimer, à CNN.
Em março, a empresa anunciou uma quebra de 44% dos lucros em 2020, o que representa uma ‘moça’ relevante para o Estado saudita, o maior acionista.
A dívida da Aramco aumentou à medida em que a Arábia Saudita, o maior exportador de petróleo no mundo, foi afetada pela queda no preço dos barris de petróleo, provocada pelo declínio na procura devido à pandemia.
Ana Isabel Moura, ZAP // Lusa
“… representa uma ‘moça’ relevante para o Estado saudita…”
Realmente isso deve ser problemático dado que os sauditas não apreciam mulheres relevantes, lol.
(mossa*)!