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Jesuítas vão criar fundação para compensar descendentes de escravos

Os jesuítas, ordem de padres católicos que se serviram de trabalho escravo durante mais de um século, vão reunir cem milhões de dólares (mais de 83 milhões de euros) como expiação pela sua participação na comercialização de seres humanos norte-americana.

Como noticiou o New York Times, citado esta segunda-feira pela TSF, o dinheiro deverá ser transferido para uma nova fundação, cuja parte do orçamento anual irá para projetos de reconciliação racial. Alguns descendentes, contudo, contestam, por não serem incluídos na indemnização.

Em março, na conferência de padres jesuítas, foi anunciado um plano para arrecadar dinheiro para as indemnizações e projetos, tendo sido considerado por responsáveis da igreja e historiadores como o maior esforço da Igreja Católica Romana para reparar a compra, venda e escravidão de pessoas.

Kevin Porter, um arquivista cujos ancestrais foram escravizados em Maryland, que no início elogiou o plano, lamenta que não haja “mais programação para beneficiar a saúde mental, a educação financeira e o ensino, aspetos para capacitar os afro-americanos”.

O orçamento anual será ainda utilizado para bolsas de estudo e subsídios e para responder a necessidades de emergência de descendentes idosos e doentes. Já foram identificados perto de cinco mil descendentes vivos das pessoas vendidas pelos jesuítas em 1838.

Taísa Pagno //

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