Um novo documentário sugere que o homem preso há quase 30 anos pelo assassinato do pai da lenda do basquetebol Michael Jordan pode ser inocente.
Em 23 de julho de 1993, James Jordan, de 56 anos, foi morto a tiro em Lumberton, no estado norte-americano da Carolina do Norte, enquanto dormia num carro Lexus, que foi um presente do seu mundialmente famoso filho Michael Jordan. O crime parecia ter sido um roubo mal sucedido.
O corpo foi encontrado num pântano na Carolina do Sul 11 dias depois e foi acidentalmente cremado em 7 de agosto como um “John Doe” não identificado.
De acordo com o jornal britânico The Independent, a sua família, que relatou o desaparecimento 21 dias após o assassinato, não foi contactada.
Na época do crime, Larry Demery, então com 17 anos, confessou-se culpado de homicídio de primeiro grau e testemunhou contra o amigo e suposto cúmplice Daniel Green, então com 18 anos, que também foi condenado. Ambos foram condenados a prisão perpétua.
O tribunal ouviu que os adolescentes não sabiam inicialmente a identidade da vítima, mas, mais tarde, teriam usado o anel da NBA que Jordan recebeu do seu filho e usado o seu carro fazer chaamdas telefónicas, que foram usadas para rastreá-los.
Demery, agora com 44 anos, recebeu liberdade condicional inesperadamente em agosto do ano passado, devido a um detalhe técnico jurídico que permitirá que ele – mas não Green – seja libertado em 2023.
Agora, uma nova série documental, chamada “Moment of Truth”, que vai estrear no serviço de streaming da Amazon apresentou um caso para a inocência de Green, conforme relatado pelo The Daily Beast.
Green, que tinha um álibi para toda a noite do assassinato depois de participar numa festa na caravana da avó, afirmou repetidamente ao longo dos anos que não assassinou Jordan.
Agora com 45 anos, o homem disse que estava na festa quando Demery, que teria deixado o evento para se encontrar com um traficante de drogas, reapareceu e pediu-lhe para ajudar a esconder o corpo – antes de Demery supostamente o ter denunciado no depoimento.
“Em primeiro lugar, sei que ele mentiu e essa é a realidade. Eu sei que ele mentiu sobre mim e eu sei que ele matou James Jordan”, disse Green. “Amor e ódio não podem existir no mesmo espaço ao mesmo tempo. Como prisioneiro, acredito firmemente que uma pessoa que vai sair e não cometer crimes deve ser libertada. ”
A série apresenta alegações feitas pela primeira vez em 2016, de suposta má conduta policial, incluindo problemas com a autópsia e relatos de falha no acompanhamento de pistas sobre outros suspeitos, como o traficante de drogas condenado Hubert Larry Deese – filho do xerife do condado de Robeson Hubert Stone, que era amigo do investigador principal.
Quando a polícia rastreou chamadas feitas do telefone no Lexus de Jordan na noite do assassinato, a segunda chamada foi supostamente para Deese, que trabalhava com Demery na fábrica de Crestline Mobile Home, a menos de um quilómetro de onde o corpo foi descoberto mais tarde, e que teria sido usada como parte de uma rota de tráfico de drogas conhecida localmente como “Beco da Cocaína”.
A equipa de defesa de Green tentou apresentar evidências dessa chamada durante o seu julgamento de 1996, mas foi rejeitada pelo juiz.
Deese foi preso por tráfico de cocaína um ano após o assassinato.
Em 1997, um ex-polícia disse a agentes federais que Deese já tinhas subornado polícias que trabalhavam em investigações de drogas, de acordo com o The News and Observer em 2016. Os advogados de Deese negam as alegações.
Em 2002, uma investigação sobre a corrupção no Gabinete do Xerife do Condado de Robeson levou ao indiciamento de 22 polícias, incluindo Glenn Maynor – que sucedeu o pai de Deese como xerife.
Representantes de Green afirmam, no documentário, que as evidências constituem um caso convincente para um novo julgamento.
“No mínimo, acho que Daniel merece uma audiência probatória, que provaria que merece um novo julgamento. Mas, na minha mente, as evidências apoiam a acusação de assassinato [a ser] rejeitada. Está na prisão há mais 18 anos do que deveria, pelos crimes que admite e pelos crimes que acredito que as evidências apoiam”, disse Christine Mumma, diretora executiva do North Carolina Center on Actual Innocence.
“Estou feliz que a verdadeira narrativa esteja a ser divulgada. Há pessoas por aí que sabem o que realmente aconteceu com James Jordan. Espero que esta história dê às pessoas coragem para dizer a verdade”, rematou.
Por outro lado, os procuradores não acreditam que a luta de Green seja genuína e que “nunca vai confessar o que fez. Ele simplesmente não vai aceitar”.
E ainda há “anjinhos” a dizer que a justiça dos EUA “é que é”!…