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TAP promete cortar mais de metade dos custos com pessoal até 2022

y kawahara / Wikimedia

A companhia aérea prometeu a Bruxelas cortar mais de metade dos custos com pessoal até 2022. O gasto será inferior em 200 milhões de euros face a 2019.

De acordo com o documento a que o jornal online ECO teve acesso, a TAP indicou a Bruxelas que, depois da implementação do plano de reestruturação, o custo com pessoal será inferior em 200 milhões de euros face a 2019.

“Para ser competitiva, a TAP tem uma meta de poupança de cerca de 230 a 300 milhões de euros por ano em comparação com uma evolução inerte dos custos”, referiu a transportadora.

No total do período entre 2020 e 2025 é apontada uma poupança de 1,4 mil milhões de euros. Segundo o jornal digital, a TAP promete cortar custos até 2022, ano em que espera gastar 360 milhões de euros, o que, caso seja concretizado, representa uma queda de 51,5% face aos 743 milhões de 2019.

No ano seguinte, acrescenta o ECO, este indicador começa a subir novamente, atingindo 545 milhões de euros em 2025. Ou seja, será uma poupança de 200 milhões de euros face ao período em que ainda não havia pandemia.

Além da redução salarial entre os vários trabalhadores, o programa de medidas voluntárias, cuja adesão foi possível até à passada quarta-feira, também vai dar uma ajuda, pois passou a estar prevista a saída de 800 pessoas.

E, recorde-se, também já saíram da companhia aérea portuguesa cerca de 1200 funcionários através da não renovação de contratos a prazo, com a TAP a dizer que esta solução permitirá poupar 20 milhões de euros.

O regime de lay-off simplificado, ao qual a transportadora recorreu em dois meses do ano passado, passando depois para o regime da retoma progressiva, também lhe permitiu poupar 130 milhões de euros, pode ler-se no plano de reestruturação. Entretanto, a TAP avançou com um novo processo de lay-off clássico, que estará em vigor durante 12 meses.

TAP espera encaixar 35 milhões com oito aviões

Além da redução de custos com pessoal, a companhia aérea também espera poupar noutras frentes, nomeadamente na venda de aviões. De acordo com o ECO, a TAP está prestes a fechar a venda de oito Airbus 320, esperando um encaixe financeiro entre 35 a 40 milhões de euros.

Mas esta poderá não ser a única venda, já que o plano de reestruturação prevê o mesmo destino para outras 11 aeronaves. E, além destes negócios, a empresa também cancelou encomendas que já tinham sido feitas, negociou a devolução de alguns aviões e acordou com a Airbus adiar a entrega de 15 novas aeronaves para o próximo ano (com um impacto de mil milhões de dólares).

Em 2025, a ideia é que a frota da TAP seja composta por 99 aviões, quando no ano passado tinha 108.

Segundo o mesmo jornal online, entre várias medidas, como atualizações de sistemas, parcerias comerciais ou a aposta no segmento de carga, a companhia também poderá gerar receitas adicionais entre 490 a 665 milhões de euros.

No entanto, na proposta enviada a Bruxelas, a TAP preferiu ser mais comedida e contemplou apenas 70 a 115 milhões de euros, sendo que os outros 500 milhões serão uma espécie de bónus que pode ainda ser desbloqueado, escreve o ECO.

No total, com todas estas mudanças, explica o ECO, já foram poupados 230 milhões de euros de fluxo de caixa, a que se juntam 161 milhões em adiamentos de caixa.

Na semana passada, o ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, que está responsável por este dossiê, disse que a aprovação do plano por parte de Bruxelas – que é fundamental para desbloquear mais financiamento público para a companhia – poderá só acontecer em maio.

ZAP //

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