José Sena Goulão / Lusa
O mais recente relatório da Galp Energia, publicada esta segunda-feira na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), omite a passagem da administradora Susana Quintana-Plaza pela falida Wirecard.
A empresa de pagamentos alemã não resistiu às consequências de um escândalo financeiro e abriu insolvência. A falência aconteceu no ano passado após se ter descoberto que a empresa apresentou informações financeiras falsas, nomeadamente relacionadas com dois mil milhões de euros em alegadas reservas financeiras depositadas nas Filipinas, que, afinal, não aparentam existir.
Susana Quintana-Plaza foi membro dos órgãos sociais da Wirecard entre 2018 e abril de 2020. Embora essa informação constasse do relatório de governo da Galp de 2019, já não era mencionada no relatório de 2020, escreve o Expresso.
Neste mais recente relatório apenas são mencionadas as passagens da administradora executiva pela Boeing e pela E.On.
Formada na Harvard Business School, nos Estados Unidos, Quintana-Plaza, na sua conta de LinkedIn, não esconde ter trabalho na Wirecard, onde diz ter sido membro do Conselho Fiscal.
Em 2020, já na Galp, teve uma remuneração bruta de 765 mil euros, dos quais 420 mil euros como remuneração fixa e o restante variável e em PPR.
O relatório da Galp Energia mostra também que a equipa de gestão ganhou 6,6 milhões de euros brutos no ano passado. O valor é semelhante àquele revelado no relatório de governo societário divulgado em 2019.
Ainda de acordo com o Expresso, Carlos Gomes da Silva, o então presidente executivo da empresa, foi o elemento mais bem pago, tendo auferido 1,87 milhões de euros brutos, dos quais 980 mil euros de remuneração fixa e o restante repartido entre remuneração variável e PPR.
Seguem-se Thore Kristiansen, com uma remuneração bruta de 960 mil euros; José Carlos Silva, com 890 mil euros; Carlos Costa Pina, Filipe Silva e Susana Quintana-Plaza, mais de 700 mil euros; e Sofia Tenreiro, com 678 mil euros brutos.
