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Belenenses 0-3 Benfica | Vendaval suíço após o descanso

O Benfica venceu o dérbi com a Belenenses SAD, em jogo a contar para 22ª jornada da Liga NOS, por 3-0.

Uma partida que teve uma primeira parte mal jogada e com muitas dificuldades para as “águias”, que atacaram mais, mas nunca tiveram soluções para contrariar a organização defensiva contrária. Contudo, a segunda parte mudou tudo.

Os “encarnados” regressaram transfigurados, mais intensos, velozes e agressivos e marcaram por três vezes num curto espaço de tempo, duas por Haris Seferovic, uma por Lucas Veríssimo, que se estreou a marcar pelo seu novo clube.

 

O jogo explicado em números

  • Jardel e Adel Taarabt foram os sacrificados em relação à vitória benfiquista na jornada anterior, frente ao Famalicão. Para os seus lugares entraram Nicolás Otamendi e Pizzi. Já do lado dos “azuis”, o experiente Henrique foi a ausência mais notada, entrando para o seu lugar Tiago Esgaio.
  • Jogo aborrecido e fechado no primeiro quarto-de-hora. O Benfica entrou a mandar no jogo, com 67% de posse de bola, mas a esbarrar numa Belenenses SAD que não dava espaços. Assim, as duas equipas não apresentavam mais do que um remate cada, desenquadrados, duas acções ofensivas com bola em cada área e as “águias” a tentarem pressionar em zonas adiantadas – seis acções defensivas no meio-campo contrário contra uma.
  • Aos 24 minutos aconteceu o primeiro grande lance da partida. Álex Grimaldo progrediu pela esquerda ao mesmo tempo que, pé-ante-pé, Pizzi se aproximou da área. O espanhol, com um passe de qualidade, isolou o médio que não conseguiu bater Stanislav Kritciuk. Logo a seguir, cruzamento da direita de Rafa Silva e Haris Seferovic cabeceou por cima, com muito perigo.
  • O jogo animou, o Benfica começava a criar perigo, mas os “azuis” causavam calafrios à defesa benfiquista, explorando as suas costas com passes longos. Os “encarnados” dominavam as principais estatísticas à meia-hora, com 64% de posse, quatro remates, dois enquadrados, já duas ocasiões flagrantes desperdiçadas, sete acções defensivas na área contrária e 84% de eficácia no passe. Os da casa somavam dois disparos, um com boa direcção.
  • Silvestre Varela colocou à prova Helton Leite aos 36 minutos, com um remate forte e colocado. mas o brasileiro estava atento na baliza. Nesta altura havia um domínio benfiquista, mas longe de ser um controlo dos acontecimentos.
  • Primeira parte feia no Jamor, sem grandes rasgos colectivos ou individuais, apesar de o Benfica ter dominado e criado as melhores situações de perigo.
  • Contudo, desperdiçou as poucas que conseguiu construir e ainda permitiu que a Belenenses SAD testasse Helton Leite, apesar de os “azuis” se terem fechado “a sete chaves”.
  • O guardião dos homens da casa, o russo Kritciuk, era o melhor em campo nesta fase, com um GoalPoint Rating de 6.2 que reflectia duas defesas, uma delas fundamental, a negar o golo a Pizzi.
  • O regresso trouxe um Benfica mais veloz e intenso. Assim, aos 55 minutos, surgiu mesmo o golo. Grimaldo, do lado esquerdo, arrancou um cruzamento a meia-altura, tenso, Seferovic reagiu mais depressa que todos e, de primeira, atirou para o 1-0. Ao sexto remate, terceiro enquadrado, os benfiquistas faziam funcionar o marcador. E o segundo não demorou.
  • Aos 58 minutos, grande passe de Diogo Gonçalves, a rasgar a defesa “azul”, Seferovic fugiu a todos e, isolado, não vacilou e bisou. De um momento para o outro, as dificuldades das “águias” desapareciam e era a equipa de Petit obrigada a correr atrás do prejuízo, mas foi Rafa – que grande trabalho individual -, Waldschmidt – pontapé na “atmosfera” – e Everton a falharem o terceiro no melhor lance do encontro, aos 61 minutos.
  • O terceiro acabou mesmo por chegar. Aos 65 minutos, mais um cruzamento de Grimaldo, a bola passou por todos na área e Lucas Veríssimo, com o peito, empurrou para o golo que praticamente sentenciou a partida – e estreou-se a marcar pelos “encarnados”. Nesta fase, o Benfica tinha 65% de posse de bola, 92% de eficácia de passe no segundo tempo, mas trocava a bola com muito mais velocidade, e isso acabou por beneficiar a própria eficácia colectiva. Em 20 minutos, cinco remates, quatro enquadrados, três golos.
  • Em cima do minuto 75 já o Benfica havia reduzido novamente a velocidade, controlando as operações e à espera do erro adversário, mais provável perante a necessidade de os “azuis” atacarem. Só que a Belenenses SAD chegava a esta fase sem qualquer remate na segunda parte e com apenas 38% de posse. No total são apresentava mais do que sete acções com bola na área benfiquista e não mostrava soluções para alterar este cenário.
  • E foi assim até final. O Benfica soube fechar os caminhos para a sua baliza, conseguiu manietar o meio-campo contrário e segurou uma vantagem ampla, estando até mais perto de aumentar os números em transições rápidas, mas não definiu tão bem. Mas o resultado estava feito.

 

O melhor em campo GoalPoint

Grande jogo do central brasileiro Lucas Veríssimo, que pouco mais de um um mês após chegar a Portugal marcou o seu primeiro golo de águia ao peito. Veríssimo foi o melhor em campo no Jamor, com um GoalPoint Rating de 7.5, ganhando por pouco a “corrida” pela distinção a Seferovic.

Além do tento, o central completou 88% dos passes que realizou, entre eles 14 progressivos, máximo do jogo, ganhou os três duelos aéreos defensivos em que participou e somou oito acções defensivas, com destaque para dois bloqueios de remate.

Manuel de Almeida / Lusa

Jogadores em foco

  • Haris Seferovic 7.4 – Não foi por pouco o melhor em campo, mas foi o homem do jogo, pois foi o mais decisivo. O suíço bisou na partida, no espaço de poucos minutos após o descanso, e chegou aos 11 tentos na Liga. Foi o mais rematador, com cinco disparos, dois enquadrados, somou sete acções com bola na área contrária (máximo), completou duas de três tentativas de drible e teria outra nota caso não tivesse desperdiçado uma ocasião flagrante.
  • Rafa Silva 7.0 – Nem sempre decide bem, mas está fisicamente num bom momento e isso nota-se na velocidade que aplica ao jogo, a forma como o estica, difícil de acompanhar pelos adversários, mas também na qualidade no drible. O internacional luso completou oito de dez tentativas de drible, somou cinco acções com bola na área adversária e criou uma ocasião flagrante.
  • Álex Grimaldo 6.9 – O espanhol está a reassumir a sua preponderância na equipa, em especial nos momentos ofensivos. Nesta partida fez duas assistências, criou três ocasiões flagrantes nos três passes para finalização que realizou – é quem mais cria destes lances na Liga -, assinou um passe de ruptura, dois cruzamentos eficazes em três, registou 97 acções com bola e oito recuperações de posse.
  • Julian Weigl 6.5 – O alemão é cada vez mais um jogador importante na manobra benfiquista, em especial a construir. Até começou mal o jogo em termos de passes verticais, mas terminou com o maior número de entregas feitas (104) e completas (92), e de acções com bola (121), ganhou três de cinco duelos aéreos defensivos e recuperou oito vezes a posse de bola.
  • Diogo Gonçalves 6.5 – O jovem benfiquista parece ter agarrado o lugar, em relação a Gilberto. Diogo voltou a fazer um belo jogo ofensivo, com uma assistência, cinco passes ofensivos valiosos e um passe de ruptura.
  • Stanislav Kritciuk 6.0 – O melhor elemento da Belenenses SAD acabou mesmo por ser o seu guarda-redes, em especial pelo que fez na primeira parte, na qual foi o melhor em campo. Ao todo somou três defesas, duas a remates na sua grande área e duas a menos de oito metros de distância.

 

Resumo

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