O primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, ganhou à primeira volta as eleições presidenciais realizadas este domingo, com 52,1% dos votos, quando estão contados 99% dos votos.
O seu adversário mais próximo e principal candidato da oposição, Ekmeleddin Ihsanoglu, obteve 38,9% dos escrutínios e o da minoria curda, Selahattin Demirtas, 9,2%, noticiaram ontem as televisões turcas.
A confirmar-se esta vitória com maioria absoluta, Erdogan conquista a Presidência da Turquia, sem necessidade de se realizar uma segunda volta, agendada para 24 de agosto.
Vencedor das primeiras presidenciais realizadas no país por sufrágio universal direto, Erdogan toma posse a 28 de agosto.
Quando tomou conhecimento destes resultados ainda preliminares, Erdogan dirigiu-se para a histórica mesquita Eyüp Sultan, em Istambul, para rezar, como faziam os sultões otomanos antes de subirem ao trono, anunciaram as estações televisivas.
“Agradeço a todos aqueles que trabalharam para este resultado”, declarou o chefe de Estado eleito a centenas de apoiantes concentrados em frente à mesquita.
“Vamos elevar o nível da nossa democracia e continuar na via do processo de paz” para uma resolução do conflito curdo, acrescentou, numa curta declaração transmitida em direto pelas televisões.
Algumas horas depois, Erdogan falou aos seus apoiantes a partir da varanda da sede da sua formação política, o Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP), em Ancara.
No poder até 2023
Mesmo antes da sua vitória, Erdogan não escondeu que desejava manter o controlo do executivo e reforçar os poderes presidenciais, até agora largamente honoríficos.
Para proceder a essa reforma, é necessária uma revisão constitucional, que só será possível com a vitória por uma larga margem do AKP nas eleições legislativas de 2015, já que as emendas constitucionais precisam da aprovação de dois terços do parlamento turco.
Até agora, Erdogan tinha prometido uma “Presidência ativa”, utilizando todas as funções do cargo, como a possibilidade de convocar e presidir às reuniões do conselho de ministros.
Elogiado pelo seu carisma e criticado pelos seus modos intempestivos, o homem forte da Turquia junta-se, com esta vitória, ao pai fundador da República moderna e laica, Mustafa Kemal Atatürk, no lote dos dirigentes mais emblemáticos do país.
Na liderança do Governo turco nos últimos 11 anos, fez saber que pretende continuar no poder pelo menos até 2023, quando se comemora o centenário da fundação da República Turca, e com o país – prometeu – no clube das 10 maiores economias do planeta.
/Lusa