A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou esta sexta-feira a epidemia de Ébola, registada na África Ocidental, onde já matou perto de mil pessoas, “emergência de saúde pública de carácter mundial”.
A comissão de emergência da OMS, que se reuniu quarta e quinta-feira em Genebra, foi “unânime ao considerar verificarem-se as condições de uma emergência de saúde pública de carácter mundial”.
“Uma resposta internacional coordenada é essencial para travar e fazer recuar a propagação mundial” do vírus do Ébola, sublinhou a comissão.
Pedido de ajuda internacional
A diretora-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Margaret Chan, pediu à comunidade internacional que ajude os países afetados a combater a epidemia de Ébola, a pior em quatro décadas.
Em conferência de imprensa, Chan afirmou que os países da África Ocidental mais atingidos pela epidemia – Libéria, Serra Leoa, Guiné-Conacri e Nigéria – “não têm meios para responderem sozinhos” à doença e pediu “à comunidade internacional que forneça o apoio necessário“.
“Uma resposta internacional coordenada é essencial para travar e fazer recuar a propagação mundial” do vírus do Ébola, sublinhou a comissão de emergência sanitária da organização.
A comissão alertou que “os Estados devem estar preparados para detetar e tratar casos de Ébola” e “facilitar a retirada de cidadãos, em particular pessoal médico, que estiveram expostos ao vírus” da febre hemorrágica.
DGS divulga medidas
A diretora-adjunta da Direção Geral de Saúde disse esta sexta-feira à Lusa que a entidade vai divulgar esta tarde uma posição concertada com os parceiros europeus sobre a declaração de estado de emergência mundial de saúde pública.
“Estamos a concertar posições com os países que são nossos parceiros europeus, estamos a analisar bem o documento [divulgado hoje de manhã pela Organização Mundial da Saúde] e iremos emitir um comunicado às 16h”, garantiu Graça Freitas.
Escusando-se a adiantar que medidas poderão ser tomadas por Portugal ou pela Europa, a diretora adjunta da DGS referiu que os responsáveis da DGS estiveram “nos últimos dois dias em audioconferência com os parceiros europeus” para concertar uma posição.
O vírus do Ébola transmite-se por contacto direto com o sangue, líquidos ou tecidos de pessoas ou animais infetados.
A febre manifesta-se através de hemorragias, vómitos e diarreias. A taxa de mortalidade varia entre os 25 e 90% e não é conhecida uma vacina contra a doença.
ZAP / Lusa
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