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Descoberta escultura de águia-real num dos principais templos astecas

(dr) Mirsa Islas / INAH

O baixo-relevo de uma águia-real encontrado no Templo Mayor, na Cidade do México

Arqueólogos descobriram um baixo-relevo asteca, que representa uma águia-real e que terá sido feito em meados do século XV, no Templo Mayor, na atual Cidade do México.

De acordo com o site Live Science, os arqueólogos do Instituto Nacional de Antropologia e História do México (INAH) anunciaram a sua descoberta na passada segunda-feira, dia 25 de janeiro. Trata-se de um baixo-relevo que retrata uma águia-real e que mede 106 por 70 centímetros.

É a maior escultura deste género já encontrada no Templo Mayor, construído naquele que foi o coração da antiga capital asteca de Tenochtitlan, agora atual Cidade do México. Pensa-se que terá sido feito em meados do século XV, durante o reinado de Moctezuma I.

O baixo-relevo foi esculpido no chão de uma das estruturas ao lado do emblemático templo em forma de pirâmide e foi coberta por outro piso construído durante o reinado de Ahuítzotl. “É por isso que está tão bem conservado. É um elemento que nunca foi visto pelos espanhóis”, explicou, em comunicado, Rodolfo Aguilar Tapia, arqueólogo do INAH que liderou a investigação.

A águia-real (Aquila chrysaetos), também conhecida como “itzcuauhtli” na língua nauatle falada pelos indígenas da região do México central, foi um importante símbolo da cultura asteca, escreve o mesmo site.

“A águia era uma criatura sagrada para os astecas, que acreditavam ter estado presente no nascimento do sol (daí as pontas das asas “chamuscadas”) e que era o símbolo de uma das ordens de guerreiros de elite da sua cultura”, explicou Caroline Dodds Pennock, historiadora da Universidade de Sheffield, no Reino Unido.

Esta ave de rapina também era frequentemente associada a Huitzilopochtli, o deus do Estado e da guerra asteca. “De acordo com a história mítica dos astecas, Huitzilopochtli venceu a sua irmã Coyolxauhqui e empurrou-a de uma montanha, onde se despedaçou. Esta história foi repetida através de sacrifícios humanos no Templo Mayor, quando os corpos das vítimas eram empurrados escadas abaixo”, acrescenta a investigadora.

Por isso, o posicionamento deste baixo-relevo, aos pés do Templo Mayor e perto da estátua de Coyolxauhqui, poderá ter sido uma referência a esse episódio e aos casos reais lá realizados”, considera.

A escultura também faz lembrar a imagem de uma águia-real presente no Códice Borgia, um famoso manuscrito asteca do século XVI. Assim como nesta obra, as penas da águia recentemente descoberta assemelham-se a facas, de acordo com os investigadores.

ZAP //

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