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O burnout tornou-se um negócio. Empresas ganham milhões com a síndrome

A pandemia exacerbou os efeitos do burnout em vários trabalhadores. Várias empresas aproveitam para ajudar negócios a lidar com o stress dos seus funcionários.

A Síndrome de Burnout pode surgir como resposta à exposição a um stress laboral crónico, perante o qual a pessoa sente que não tem estratégias adaptativas para lidar. Com a pandemia de covid-19, a sua preponderância escalou e, num relatório recentemente publicado pelo Centro de Controlo e Prevenção de Doenças, 40% dos adultos norte-americanos estavam a lutar com problemas de saúde mental ou abuso de substâncias. Esta não é uma exceção – pelo contrário – tem-se tornado um fenómeno global.

Uma sondagem feita em julho pela plataforma de empregos online Monster descobriu que 69% dos entrevistados estavam a lutar contra o burnout, um aumento dramático de 20% comparativamente a dois meses antes, salienta o OZY.

Agora, um número crescente de startups estão a fazer dos seus negócios a batalha contra a síndrome. A Hooky Wellness, criada em 2019, cria ferramentas para ajudar as equipas de trabalho a identificar sinais de burnout precocemente e tomar medidas para os mitigar. A Google, por exemplo, é um dos seus clientes.

A Coa, outra startup lançada em 2019, diz ser o primeiro ginásio para a saúde mental. A empresa oferece aulas e sessões individuais de terapia para os seus membros. Desde o início da pandemia viu a procura aumentar 900%, contando já com uma lista de espera de 5 mil pessoas. Em outubro, a startup anunciou uma primeira ronda de investimento no valor de 3 milhões de dólares.

 

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“Não estamos a tentar ser um negócio de psicologia pop ou um de coaching onde lhe dizemos o que fazer”, diz a cofundadora Emily Anhalt. “Ajudamos as pessoas a entender por que atrapalhamos o nosso próprio caminho e como construir ferramentas melhores”.

Mara Yerkes, investigadora da Universidade de Utrecht, diz que “é evidente” que o número de pessoas com stress continua a aumentar à medida que a pandemia se mantém. A linha entre trabalho e vida social está mais ténue e a pressão dos prazos está a conduzir as pessoas à Síndrome de Burnout.

Nem todos estão convencidos com a abordagem de empresas como a Hooky Wellness. A Coa. Colin Clark, que trabalha no setor de empréstimos em Houston, no Texas, experimentou um destes programas, mas ficou desiludido.

“Um indicador importante foi que o webinar referiu-se de forma consistente à sua própria experiência em vez de citar fontes externas”, explicou o empresário.

Daniel Costa, ZAP //

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