Líder do BE defende que hospitais privados têm de estar sob alçada do SNS

José Sena Goulão / Lusa

A líder do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, defendeu hoje que os hospitais privados têm de ficar sob a alçada do Serviço Nacional de Saúde (SNS) para responder à pandemia de covid-19.

“É fundamental e urgente que o Governo utilize o poder que tem pelo estado de emergência de pôr sob alçada do SNS toda a capacidade de saúde instalada em Portugal, incluindo do setor social e do setor privado”, disse Catarina Martins.

A líder bloquista falava aos jornalistas à saída de uma reunião com o Sindicato dos Operários Corticeiros do Norte, em Santa Maria da Feira, no distrito de Aveiro.

“Nós fazemos as exigências mais brutais aos vários setores da economia. Para-se restauração, para-se cultura, para-se setores do turismo, para-se tantos setores e só os privados da saúde é que não podem ser chamados à sua responsabilidade neste momento? Seguramente podem”, disse Catarina Martins.

Para a líder bloquista, os hospitais privados “têm de ficar sob alçada do SNS e a preço justo”, para serem “uma parte da garantia do acesso à saúde a todas as pessoas, doentes covid e não covid em Portugal”.

“Dizemos isso desde o primeiro estado de emergência e infelizmente o Governo ainda não o fez”, afirmou.

Catarina Martins remeteu ainda para sábado, após uma reunião com o primeiro-ministro, uma posição do ser partido relativamente a um possível novo confinamento geral, mas reconheceu, contudo, que a situação é “muito preocupante”.

“Trinta mil novos infetados em três dias, numa altura em que o SNS já estava sob tanta pressão é seguramente muito preocupante. São mais de 500 pessoas em cuidados intensivos com uma pressão que tende a aumentar”, referiu.

Considerou ainda que as medidas que têm vindo a ser implementadas não estão a ter “grandes resultados” e disse que tem havido falta de informação para explicar as regras de restrição.

“Na verdade, em Portugal nunca houve, até agora, campanhas alargadas, generalizadas, de informação e pedagogia à população (…) Nós temos às vezes horas de conferência de imprensa sobre o número de novos casos, mas não temos muita pedagogia sobre a situação de contágio e como é que este vírus se propaga”, disse.

// Lusa

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