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Os babuínos da Guiné têm “sotaques” parecidos (e emitem grunhidos em sinal de amizade)

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No mesmo idioma é comum que algumas palavras sejam faladas de formas diferentes. Contudo, isto não acontece só com os humanos, pois os primatas também apresentam um comportamento semelhante. Os babuínos que vivem juntos têm sotaques parecidos, mas diferentes dos encontrados em outros grupos que não habitam ao seu redor.

Os primatas possuem uma capacidade de comunicação sofisticada em comparação com outros animais. São capazes de produzir uma grande variedade de sons, que podem ser usados para alertar os companheiros próximos. Além disso, podem mudar o tom usado para corresponder ao “assunto que está a ser tratado”, refere o Phys.

Uma equipa do German Primate Centre, liderada por Julia Fischer, realizou alguns testes de interação social com babuínos da Guiné que vivem no Parque Nacional Niokolo-Koba, no Senegal. Os especialistas perceberam que estes animais vivem em grupos, normalmente constituídos por um macho e várias fêmeas.

“Os babuínos vivem numa sociedade hippie e tolerante, onde os machos cuidam uns dos outros e há muito pouca competição”, explicou Fischer. De acordo com a investigadora, é comum que os machos emitam grunhidos em sinal de amizade.

Neste sentido, foram gravados sons de 27 machos para que pudesse ser feita uma avaliação da sua frequência, duração e chamada, de modo a avaliar as semelhanças.

Durante a pesquisa, a equipa conseguiu identificar que o sotaque dos babuínos que vivem juntos é semelhante. “Provavelmente é o resultado de serem expostos aos sons do seu grupo”, disse Fischer. A especialista sublinhou ainda que foram analisadas mais semelhanças dentro do mesmo grupo.

A investigadora revelou ainda que os babuínos podem estar a reproduzir sons que ouvem, assim como os humanos fazem, principalmente quando são crianças e ainda estão a aprender a falar.

Esta descoberta leva os investigadores a acreditar que apresentar o mesmo “sotaque” é importante para criar laços com o grupo onde se inserem, e desta forma aumentar o nível de confiança.

O estudo foi publicado no The Royal Society no dia 16 de dezembro de 2020.

Ana Moura, ZAP //

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