Uma equipa de arqueólogos da Autoridade de Antiguidades de Israel descobriu uma antiga oficina de lamparinas de cerâmica perto de Beit Nattif, uma vila a cerca de 20 quilómetros de Jerusalém.
Os arqueólogos da Autoridade de Antiguidades de Israel ficaram “extremamente entusiasmados” com a descoberta da antiga oficina de lamparinas de cerâmica, perto da vila de Beit Nattif, destacando que, além de ser uma importante descoberta arqueológica, é também “uma prova tangível da história arqueológica”.
Ao analisar as lamparinas, os especialistas perceberam a semelhança entre os objetos e as fotografias de uma expedição do arqueólogo Dimitri Baramki, em 1934. Na altura, por falta de tecnologia e de recursos, o funcionário do Departamento de Antiguidades encontrou os objetos numa cisterna, mas não sabia do que se tratava. O caso acabou por ser esquecido.
Agora, segundo o Sci-News, os arqueólogos encontraram lamparinas e estatuetas de cerâmica que representam mulheres, animais – principalmente pássaros – e cavaleiros. Os artefactos desvendam alguns detalhes sobre o passado religioso da região.
“Tanto as estatuetas como os motivos nas lamparinas da região de Beit Nattif contam a história das montanhas da Judeia no período após a Revolta de Bar Kokhba”, elucidou Benyamin Storchan, da Autoridade de Antiguidades de Israel.
“Pelos escritos de Josefo, sabemos que durante o período do Segundo Templo, Beit Nattif era um centro administrativo regional, uma das dez principais cidades sob o domínio asmoneu”, acrescentou o especialista.
Anos mais tarde, outras religiões começaram a proliferar em cidades próximas, algo que se refletiu diretamente na produção dos artefactos.
Depois do fracasso da Revolta de Bar Kokhba e da conquista romana da região, a população judaica das colinas da Judeia começou a diminuir. Ainda assim, as lamparinas Beit Nattif, datadas do período romano tardio (século III-IV dC), revelam que a “vida judaica continuou a existir nas montanhas da Judeia, muito depois do fracasso da rebelião”.
“Durante este período, o cristianismo também começou a surgir”, explicou o arqueólogo, sustentando que algumas lamparinas apresentam motivos de peixes, um dos símbolos do cristianismo.
“A grande variedade de lamparinas e estatuetas prova, portanto, que a população local era composta por uma mistura de pagãos, cristãos e judeus“, rematou Benyamin.