O Ministério Público espanhol vai investigar os presumíveis casos de roubo de quase 60 bebés ocorridos entre 1952 e 1987 em Espanha, na sequência de uma denúncia coletiva feita recentemente por várias associações de vítimas, foi esta terça-feira divulgado.
O procurador-chefe do Secretariado Técnico do Ministério Público espanhol, Álvaro Ortiz, enviou uma carta à porta-voz da Plataforma Fórum Internacional de Vítimas de Desaparecimentos Infantis Forçados, Maria Mercedes Bueno, a informar que as autoridades espanholas irão investigar estes eventuais casos, segundo avançou a agência EFE.
Na missiva, datada de 4 de janeiro, Álvaro Ortiz comprometeu-se a dar início a um “processo de coordenação para o acompanhamento centralizado de todas as ações realizadas e da análise conjunta das informações”, com o objetivo de “apurar o alcance e a relevância criminal dos factos recolhidos na denúncia”.
O representante indicou que este processo pretende “manter uma coordenação necessária” e “unificar as ações do Ministério Público em todo o país”.
Várias associações de vítimas apresentaram no passado dia 19 de novembro junto do Ministério Público espanhol uma denúncia conjunta para que fossem investigados 58 alegados casos de roubo e sequestro de recém-nascidos ocorridos em várias comunidades espanholas entre 1952 e 1987.
Ao longo dos anos, muitos destes casos foram denunciados a outros órgãos e entidades competentes, mas sem qualquer resultado ou desenvolvimento.
No documento apresentado em novembro passado, as várias associações denunciaram que estes 58 casos envolvem, por exemplo, crimes de violência de género, de alteração de filiação ou de desaparecimento forçado de crianças.