Todos nós conhecemos pessoas que, independentemente da sua dieta ou nível de atividade física, dificilmente engordam. Uma nova pesquisa explica que o motivo pelo qual esse fenómeno acontece reside nos genes.
Um consórcio de cientistas, que inclui investigadores do IMBA, da University of British Columbia, da Medical University of Vienna e do Estonian Biobank, adotou uma nova abordagem para explicar este fenómeno.
Até agora, a regulação do metabolismo da gordura concentrou-se em encontrar genes ligados à obesidade. Esta equipa decidiu percorrer um caminho diferente e partiu em busca dos genes ligados à magreza, ou à resistência ao aumento de peso. O artigo científico com os resultados foi publicado na Cell.
Para identificar os genes relacionados com a magreza, os cientistas conduziram estudos de associação do genoma em mais de 47.000 pessoas e identificaram o gene ALK (linfoma anaplásico quinase) como um gene candidato para a magreza.
Para testar esta hipótese, os cientistas inativaram o gene em cobaias e, apesar da ingestão alimentar e atividade normais, os animais com deficiência de ALK eram mais magros. Além disso, estavam protegidos contra a obesidade induzida por dieta, ao contrário do grupo de controlo.
“Usando uma técnica chamada calorimetria indireta, conseguimos mostrar que os ratos com deficiência de ALK apresentam maior gasto de energia. Isto significa que os animais queimam mais calorias do que os ratos normais e explica por que motivo permanecem magros, mesmo que ingiram a mesma quantidade de comida”, resumiu Michael Orthofer.
O investigador do laboratório Penninger acrescentou, citado pelo SciTechDaily, que “estes animais também apresentam maior tolerância à glicose“.
O próximo passo da equipa é entender de que forma o gene ALK equilibra o metabolismo e como é que os neurónios regulam o cérebro quando se trata de expressar o gene.