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Descoberto no Canadá corpo de jovem loba com 57 mil anos

(dr) Governo de Yukon

A múmia da jovem loba encontrada em Yukon, no Canadá

A múmia de uma jovem loba perfeitamente preservada, encontrada em Yukon, no Canadá, está finalmente a revelar alguns dos seus segredos.

De acordo com o site Live Science, a múmia desta loba (Canis lupus) foi descoberta, em 2016, no permafrost de uma região de extração de ouro na cidade de Klondike, em Yukon, no Canadá.

O espécime encontra-se perfeitamente preservado, devido ao facto de ter estado protegido pelo permafrost durante 57 mil anos. “É o espécime de lobo da Idade do Gelo mais completo já encontrado”, declarou Julie Meachen, a principal autora do estudo publicado, a 21 de dezembro, na revista científica Current Biology, que é também professora associada de Anatomia da Universidade Des Moines, nos Estados Unidos.

Vários tipos de análises – incluindo datação por radiocarbono e medições dos níveis de diferentes isótopos de oxigénio – confirmaram que esta cria morreu quando tinha apenas sete semanas de vida. Mas como?

Os investigadores supõem que terá morrido quando o seu covil desabou em cima dela. Isto explicaria o porquê de os restos mortais estarem tão bem preservados, porque teriam sido instantaneamente enterrados num ambiente frio, seco e hermético.

Um espécime tão bem preservado como este também deu aos cientistas a oportunidade de observar como era a alimentação dos lobos da Idade do Gelo. As conclusões da equipa mostram que, durante a sua curta vida, esta loba alimentou-se principalmente de alimentos aquáticos como, por exemplo, salmão.

No entanto, presume-se que os lobos Yukon desta época também comiam, sobretudo, bisontes ou bois-almiscarados.

Além disso, a equipa conseguiu reconstruir o genoma mitocondrial desta loba, tendo encontrado semelhanças com os lobos de Beringian – um grupo já extinto que vivia nesta zona e no Alasca – e com os lobos cinza russos.

Esta relação com espécimes tanto da América do Norte como da Eurásia é a prova da antiga mistura continental possível graças à Ponte Terrestre de Bering, uma porção de terra que ligava o Alasca à Sibéria.

Na Sibéria, também já foram descobertos animais muito bem preservados da Idade do Gelo. É o caso do cachorro encontrado, em 2011, que tinha no estômago um pedaço daquilo que poderá ser um dos últimos rinocerontes-lanosos que viveram na Terra.

Filipa Mesquita, ZAP //

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