Depois de a sua vitória nas eleições presidenciais dos Estados Unidos ter sido confirmada pelo Colégio Eleitoral, Joe Biden apelou a Donald Trump, Presidente cessante, que desistisse das alegações de fraude e dise que é “hora de virar a página”.
Num discurso no estado de Delaware, após o anúncio, Joe Biden disse que a democracia dos Estados Unidos foi “pressionada, testada e ameaçada” e “provou ser resistente, verdadeira e forte”. De acordo com a emissora britânica BBC, o democata condenou ainda as tentativas do Presidente Trump de reverter o resultado e disse que “a vontade do povo prevaleceu”.
A confirmação foi uma das etapas necessárias para que Biden tomasse posse.
Sob o sistema dos Estados Unidos, os eleitores votam em “eleitores”, que por sua vez, votam formalmente nos candidatos semanas após a eleição. O democrata Joe Biden venceu a disputa de novembro com 306 votos contra 232 do republicano Donald Trump.
Biden elogiou “homens e mulheres comuns” que se recusaram a ser intimidados, referindo-se aos esforços do Presidente para questionar e anular os resultados, envolvendo desafios legais que foram rejeitados por tribunais de todo o país.
“A chama da democracia foi acesa neste país há muito tempo”, disse Biden. “E sabemos que nada, nem mesmo uma pandemia ou abuso de poder, pode apagar essa chama.”
Biden afirmou que é hora de “virar a página, como temos feito ao longo da nossa história, para unir, para curar”.
William Barr demite-se
O Procurador-Geral dos Estados Unidos, William Barr, comunicou ao Presidente cessante, o republicano Donald Trump, que vai abandonar o cargo em 23 de dezembro, e será substituído por Jeff Rosen.
A demissão de William Barr foi anunciada através de uma publicação do ainda chefe de Estado norte-americano na rede social Twitter: “O Bill vai sair [do cargo de Procurador-Geral dos EUA] pouco antes do Natal para passar os feriados com a família.”
Donald Trump acrescentou que Barr vai ser substituído por Jeff Rosen, “uma pessoa excecional” que era até agora procurador-geral adjunto.
O tweet de Trump é acompanhado por duas digitalizações de uma missiva na qual Bill Barr agradece o tempo em que esteve a servir o país e apresenta a demissão.
“Como discutido, vou passar a próxima semana a finalizar uns quantos assuntos restantes importantes para a Administração e partirei em 23 de dezembro”, escreveu o Procurador-Geral demissionário.
O anúncio da renúncia de Barr ao cargo, através da publicação de Trump, aconteceu poucos minutos depois de a Califórnia ter atribuído os 55 votos daquele estado ao Presidente eleito, o democrata Joe Biden, que, com 302 votos até agora, viu a vitória nas presidenciais ratificada pelo Colégio Eleitoral dos Estados Unidos, ultrapassando o mínimo exigido de 270 votos em 538 para ser declarado oficialmente o Presidente.
A relação de Trump com Barr esfriou na última semana, depois de em 1 de dezembro o Procurador-Geral ter declarado que o Departamento da Justiça não tinha encontrado quaisquer evidências de fraude eleitoral que pudessem alterar o resultado das eleições.
Donald Trump, assim como a sua família, a candidatura e também os seus apoiantes, estão a fazer eco destas alegações infundadas desde que as primeiras projeções apontavam a vitória de Biden.
Maria Campos, ZAP // Lusa