A antiga dirigente da Reserva Federal (Fed) Janet Yellen foi a escolhida pelo Presidente eleito dos Estados Unidos, o democrata Joe Biden, para Secretária do Tesouro, e vai ser a primeira mulher a desempenhar este cargo.
A antiga dirigente da Reserva Federal (Fed) Janet Yellen foi a escolhida pelo Presidente eleitos dos Estados Unidos, o democrata Joe Biden, para Secretária do Tesouro, e vai ser a primeira mulher a desempenhar este cargo.
A notícia é avançada pela Associated Press (AP), que confirmou a informação junto de uma fonte, que pediu o anonimato, familiarizada com o processo de escolha dos elementos da equipa de Biden para os próximos quatro anos.
Enquanto Secretária do Tesouro, Yellen vai iniciar o primeiro de quatro anos de mandato da administração Biden com a economia norte-americana fragilizada, por causa da pandemia.
O desemprego que subiu em flecha, a reposição de medidas de confinamento obrigatório em várias cidades dos EUA para mitigar a propagação do SARS-CoV-2 e a incerteza que está a dominar os mercados são obstáculos com os quais Yellen se vai deparar a partir do final de janeiro.
Janet Yellen, de 74 anos e que foi também a primeira mulher a chefiar a Fed (2014-2018), era uma das conselheiras presidenciais da candidatura de Biden. Entre as funções da futura Secretária do Tesouro vai estar a negociação da política económica dos Estados Unidos com o senador Mitch McConnel, republicano eleito pelo Kentucky, e que vai continuar a ser o líder da maioria republicana no Senado.
Também esta segunda-feira, Biden terá escolhido Antony Blinken para liderar a diplomacia norte-americana e John Kerry, senador eleito pelo estado do Massachusetts e antigo candidato presidencial, para chefiar o combate às alterações climáticas.
Alejandro Mayorkas vai ser o próximo Secretário da Segurança Interna – já desempenhou a função de subsecretário nesta pasta entre 2013 e 2016, no Governo de Barack Obama.
Casa Branca pronta para começar transição do poder
A oficial responsável pelos serviços administrativos da Casa Branca, Emily Murphy, enviou esta segunda-feira ao presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, uma carta dando conta que está pronta para iniciar o processo de transição de poder, de acordo com o Diário de Notícias.
O Presidente dos Estados Unidos cessante, Donald Trump, anunciou que deu o aval ao início do processo de transição de poderes para a equipa de Joe Biden.
Trump recorreu ao Twitter para informar que autorizou a diretora da Administração de Serviços Gerais, Emily Murphy, a iniciar o processo para que a equipa do Presidente-eleito possa começar a trabalhar, ainda que não reconheça a vitória do democrata.
“Quero agradecer a Emily Murphy pela sua constante dedicação e lealdade para com o nosso país. Tem sido assediada, ameaçada e abusada – e não quero ver isso a acontecer-lhe, à sua família ou aos funcionários. O nosso caso continua em força, vamos continuar a nossa luta e acredito que prevaleceremos”, escreveu. “No entanto, no interesse do nosso país, recomendo que Emily e a sua equipa façam o que tem de ser feito em relação aos protocolos iniciais e já disse à minha equipa para fazer o mesmo.”
Emily Murphy informou Biden de que os recursos da Administração de Serviços Gerais estão disponíveis e que a decisão de avançar esta segunda-feira com o processo foi tomada de forma “independente, baseada na lei e nos factos disponíveis”.
Apesar de Joe Biden ter vencido as eleições, Trump contestou-as pedindo recontagens em vários estados e Murphy recusou assinar o documento que libertava os fundos e os recursos necessários à transição de poderes.
Charles Michel convida Joe Biden para reunião com 27
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, convidou esta segunda-feira Joe Biden para uma reunião em Bruxelas com os líderes europeus em 2021, para relançar a parceria transatlântica, anunciou o seu gabinete.
Em comunicado, o porta-voz do presidente do Conselho indica que este manteve uma conversa telefónica com Biden “e felicitou-o pela sua eleição como 46.º Presidente dos Estados Unidos e Kamala Harris como futura vice-presidente”.
“Durante a chamada, o presidente Michel propôs a reconstrução de uma forte aliança transatlântica, baseada nos interesses comuns e valores partilhados”, aponta o porta-voz, acrescentando que Charles Michel “saudou o forte compromisso do Presidente eleito Biden para com os aliados da América e o seu apoio à cooperação europeia”.
Sublinhando que “a UE está pronta a enfrentar juntamente com os Estados Unidos os grandes desafios de hoje”, tais como “a pandemia da covid-19, a recuperação económica, as alterações climáticas, a segurança e o multilateralismo”, o comunicado dá conta então de que Charles Michel “convidou o Presidente eleito para uma reunião especial com os membros do Conselho Europeu, em Bruxelas, em 2021, para uma discussão sobre as prioridades partilhadas”.
Agora é altura de juntarmos forças. Num mundo em mudança, a nossa parceria será mais importante do que nunca de modo a protegermos os nossos cidadãos, relançarmos as nossas economias, travarmos o aquecimento global e criarmos um mundo mais seguro. A UE e os EUA terão sempre mais impacto dando passos em conjunto”, declarou Charles Michel, citado no comunicado.
Caso Biden aceite o convite, a sua primeira deslocação à Europa como Presidente dos Estados Unidos poderá assim ocorrer durante a presidência portuguesa da UE, no primeiro semestre do próximo ano.
Também esta segunda-feira, Biden recebeu outro telefonema de Bruxelas, da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
“Fantástico ter falado com o Presidente eleito Joe Biden. Felicitei-o pela sua vitória. É um novo começo da parceria global UE-EUA”, escreveu Von de Leyen, concluindo que, “trabalhando em conjunto, uma União Europeia forte e uma América forte podem moldar a agenda global com base na cooperação, multilateralismo, solidariedade e valores partilhados”.
https://twitter.com/vonderleyen/status/1330919605553016832
ZAP // Lusa