A diretora-geral da Saúde disse esta segunda-feira que se mantém “uma tendência epidémica crescente” e que a taxa de incidência a 14 dias é de 760 casos de covid-19 por 100 mil habitantes, sendo a região Norte a mais afetada.
Na habitual conferência de imprensa de atualização de informação relativa à infeção pelo novo coronavírus (covid-19), Graça Freitas avançou que a taxa de incidência cumulativa a 14 dias é, atualmente, de 760 casos por 100 mil habitantes, o que coloca Portugal em décimo lugar na lista de países europeus.
Os dados referem-se ao período de 28 a 10 de outubro, frisa o jornal Público.
Acima de Portugal surgiam o Luxemburgo, República Checa, Áustria, França, Croácia, Eslovénia, Polónia, Itália e Bélgica, frisa o mesmo jornal, que dá conta que nas últimas duas semanas, o país registou números piores do que Espanha e está perto dos de Itália.
A taxa de incidência é maior na região Norte. “Há, como todos sabem, assimetrias regionais. A região norte, com 1304 casos por 100 mil habitantes, continua a ser a região a mais afetada”, precisou ainda Graça Freitas.
Considera-se que um concelho tem um risco elevado de transmissão dacCovid-19 quando tem mais de 240 casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias, um critério geral definido pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC).
Paços de Ferreira e Lousada continuam no vermelho
Os concelhos de Paços de Ferreira e Lousada registaram mais de 3 mil casos de infeção por 100 mil habitantes, segundo a taxa de incidência de casos acumulados nos últimos 14 dia.
O boletim da Direção Geral de Saúde (DGS) mostra, no capítulo da distribuição geográfica dos casos confirmados por concelho e com base na incidência cumulativa a 14 dias (28 de outubro a 10 de novembro), que o concelho de Paços de Ferreira registou 3.698 casos de infeção por 100 mil habitantes e o de Lousada 3.362.
Na nota explicativa dos dados por concelhos é referido que a incidência cumulativa “corresponde ao quociente entre o número de novos casos confirmados nos 14 dias anteriores ao momento de análise e a população residente estimada”.
Na conferência de imprensa de atualização da informação sobre a pandemia por covid-19, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, revelou que a taxa de incidência a 14 dias é globalmente de 760 casos por 100 mil habitantes, sendo a região Norte a mais afetada, com 1.304 registos/100 mil pessoas.
A seguir a Paços de Ferreira e Lousada como os locais mais fustigados pelo número de casos, estão, também situados na região norte do país, os concelhos de Vizela, com 2.653 casos por 100 mil habitantes, Paredes com 2.132 registos e Penafiel com 2.055 casos.
De acordo com o jornal Público, há 90 concelhos com mais do dobro da taxa de incidência de novos casos que implica recolher obrigatório.
No extremo oposto da tabela estão nove concelhos da Madeira e dos Açores sem registos de qualquer caso de infeção: a Calheta, Lajes das Flores, Lajes dos Pico, Madalena, Monchique, Porto Moniz, Santa Cruz das Flores, São Vicente e Vila do Corvo.
Governo admite “restrições suplementares”
Em entrevista ao programa Polígrafo da SIC, o ministro de Estado e da Economia, Siza Vieira, admitiu “restrições suplementares” em concelhos mais afetados pela pandemia, mas excluiu o regresso ao confinamento total. “Neste momento, não temos ideia de um confinamento geral”, começou por dizer.
“Não excluímos a possibilidade de ter de fazer algumas restrições suplementares naqueles municípios em que o nível de contágio” esteja muito acima dos 240 casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias, disse o ministro.
O primeiro-ministro, António Costa, já tinha admitido na passada quinta-feira, depois da reunião de Conselho de Ministros que subiu para 191 os concelhos com medidas mais apertadas, que as medidas poderiam vir a ser escalonadas por municípios, dependendo da situação epidemiológica de cada um. “É necessário ajustar a gravidade das medidas à situação específica de cada concelho“, disse, revelando que por isso foi pedido ao Ministério da Saúde que faça uma escalonização em termos de medidas por município.
A lista em causa é revista a cada 15 dias.
ZAP // Lusa