O gibão, um pequeno símio que habita em florestas tropicais do Sudoeste asiático, está à beira de extinção. Os cientistas estão a tentar ajudar estes animais a superar as suas duas grandes ameaças: a caça e a fragmentação do habitat.
Os cientistas estão a fazer os possíveis para salvar o gibão de Hainan (Nomascus hainanus), a espécie de macaco mais rara do mundo, que vive na ilha Hainan, na China. À beira da extinção, estes animais são alvos de caça, para além de terem de lidar com a fragmentação do seu habitat devido à ação humana e aos deslizamentos de terra.
Como consequências destas duas grandes ameaças, a deslocação dos símios torna-se mais difícil, assim como a procura por comida.
Recentemente, um novo estudo, cujo artigo científico foi publicado em outubro na Scientific Reports, trouxe boas notícias: um projeto que se dedicou a construir “pontes” de cordas sobre as áreas afetadas está a ajudar a preservar esta espécie.
Segundo o IFL Science, a iniciativa deu o primeiro passo em 2015 com o uso cordas de montanhismo amarradas a árvores e câmaras com sensores de movimento para monitorizar a vida selvagem. Os gibões demoraram 176 dias a darem uma oportunidade à ponte artificial. Ao longo de 470 dias, as câmaras captaram 208 fotografias e 53 vídeos dos animais a usar a corda.
“Quando começamos a trabalhar na reserva, em 2003, havia apenas dois grupos de gibões, com um total de 13 indivíduos, em todo o mundo”, disse o investigador Bosco Pui Lok Chan . “Desde então, estamos a registar uma recuperação gradual, com um terceiro e quarto grupo familiar de gibões formados em 2011 e 2015, respetivamente.”
No início do ano, foi confirmada a formação de um quinto grupo, sendo que a população mundial ultrapassa hoje os 30 espécimes. Este número dá algum alento aos cientistas e esperança quanto à possibilidade de salvar a espécie.
Chan realça ainda que um dos motivos que está a ajudar a preservar os macacos é a consciencialização humana.
“Tentamos envolver a população humana local na conservação do gibão de Hainan e tentamos uma série de esforços, como atividades educacionais em escolas locais, treino de moradores e formação de uma equipa de monitorização. Os membros da comunidade são agora uma força central na proteção dos animais”, rematou.