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Herdeiro da Samsung assume as rédeas da empresa depois da morte do pai

samsungtomorrow / Flickr

O herdeiro da Samsung, Lee Jae-Yong

Lee Jae-Yong, filho do presidente da Samsung, assumiu a liderança da empresa depois de o seu pai ter falecido este domingo. O herdeiro assume as rédeas numa altura em que a gigante da tecnologia procura evoluir.

Sob a liderança de Lee Kun-hee, a Samsung tornou-se uma referência mundial pelas suas televisões de última geração e smartphones elegantes.

Este domingo, foi encerrado um capítulo para a gigante da tecnologia sul-coreana, com a morte de Lee aos 78 anos, depois de estar incapacitado numa cama de hospital desde 2014.

O seu filho, Lee Jae-Yong, assumiu formalmente as rédeas da empresa, num momento em que a Samsung está na defensiva e a lutar para evoluir.

A Samsung dominou durante muito tempo o hardware de tecnologia. No entanto, a indústria passou a estar mais orientada para o software que controla os produtos, para a inteligência artificial de apps e dados do consumidor.

Ao contrário da Apple, a Samsung não conseguiu, nos últimos seis anos, criar softwares ou serviços para garantir a lealdade dos clientes relativamente à sua gama de produtos.

Apesar de continuar a ser uma empresa bem sucedida, a Samsung está vulnerável, com os rivais chineses a equipararem as os seus produtos em relação à qualidade, mas a vencerem relativamente ao preço.

A Amazon, por exemplo, com maior experiência em serviços do que a Samsung, lançou altifalantes inteligentes e smartphones populares.

De acordo com o The Wall Street Journal, Lee Kun-hee era conhecido por fazer apostas maciças, implorando aos executivos da empresa para “mudarem tudo, exceto a sua esposa e filhos”. Em 1974, o empresário estava tão certo de que a Samsung deveria aventurar-se nos semicondutores que investiu parte do seu dinheiro pessoal.

Um estilo de gestão que ainda não surgiu para Lee Jae-Yong, de 52 anos, que é trilingue e tem formação em Harvard.

O seu pai e o seu avô supervisionaram a Samsung durante o período colonial japonês e no rescaldo da Guerra da Coreia, o que deixou ambos com fome de sucesso, disse Mike Cho, professor de negócios da Universidade da Coreia em Seul, que acompanha a Samsung como especialista sul-coreano em gestão corporativa. Não está claro o que impulsiona o líder de terceira geração da Samsung, acrescenta, referindo-se a Lee Jae-Young.

“Jay Y. [como Lee Jae-Young é conhecido] nasceu numa família que era rica por natureza e que já estava consagrada”, disse Cho. “Ele tem um tipo de educação muito diferente.”

Não se espera que mude, imediatamente, muita coisa na empresa, dizem especialistas do setor, explicando que Lee, tal como o seu pai, deixa as operações do dia a dia para três CEOs da Samsung Electronics.

Segundo a publicação americana, Lee disse que passa cerca de 95% do seu tempo focado na Samsung Electronics, o braço mais valioso da empresa, e as suas irmãs dificilmente lutarão pelo controlo desse segmento. Podem, no entanto, tentar ficar com outras partes da empresa para si mesmas, disse Park Sang-in, professor da Universidade Nacional de Seul, que estuda planeamento de sucessão nas empresas dinásticas da Coreia do Sul.

A saúde precária do seu pai dissuadiu Lee, durante muito tempo, de fazer mais aparições públicas, devido à cultura da Coreia do Sul que favorece a tradição e a hierarquia, disseram fontes da Samsung. Até à sua morte, Lee Kun-hee detinha o título de presidente do conselho da Samsung Electronics e o seu filho foi nomeado vice-presidente da empresa.

No entanto, Lee enfrenta questões legais, depois de ser condenado por subornar o presidente da Coreia do Sul em 2017 e ter passado quase um ano na prisão. No mês passado, o empresário voltou a ser indicado por fraude financeira.

De acordo com a Interbrand, a Samsung é a quinta marca mais valiosa do mundo, atrás da Apple, Amazon, Microsoft e Google.

ZAP //

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