Fernando Bizerra / Lusa
Um especialista em doenças infecciosas disse que no caso dos Estados Unidos, as próximas seis a 12 semanas vão ser as mais negras de toda a pandemia de covid-19.
Michael Osterholm, diretor do Centro de Investigação e Política de Doenças Infecciosas da Universidade de Minnesota, disse que “as próximas seis a 12 semanas serão as mais negras de toda a pandemia”. O especialista diagnostica falhas na comunicação relativamente à covid-19, muito devido à falta de um líder que guie os norte-americanos.
“Temos vacinas e terapias a chegar”, disse Michael Osterholm no programa “Meet the Press”, da NBC, no domingo. “Mas quando se olha realmente para o período de tempo até lá, as próximas seis a 12 semanas serão as mais negras de toda a pandemia”.
Osterholm argumenta que uma vacina contra o novo coronavírus ainda vai demorar até chegar ao público. O seu prognóstico é que esteja disponível apenas no início do terceiro trimestre do próximo ano.
“E mesmo assim, metade da população dos EUA, por esta altura, está cética até mesmo em tomar a vacina”, disse Osterholm, citado pela Business Insider. “Portanto, o que temos agora é um grande problema de comunicação”.
Osterholm é apenas um dos numerosos epidemiologistas que durante meses advertiram que a pandemia de covid-19 pioraria nos meses de outono e inverno.
“Na sexta-feira, tivemos 70.000 casos, o que corresponde ao maior número que vimos durante o pico mais sério em julho”, salientou. “Esse número, vamos ultrapassar facilmente isso. E entre agora e as férias, veremos números muito maiores do que 67.000 a 75.000 casos”.
Mais de 40 milhões de casos de infeção pelo novo coronavírus foram oficialmente registados em todo o mundo desde o início da pandemia, dos quais 2,5 milhões nos últimos sete dias, o número mais alto declarado numa só semana.
Esta segunda-feira, os Estados Unidos registaram 510 mortos e 46.925 infetados com o novo coronavírus nas últimas 24 horas, de acordo com a contagem independente da Universidade Johns Hopkins.
