Uma equipa de cientistas conseguiu reverter totalmente a doença de Parkinson em ratos. Os animais deixaram de apresentar sintomas e recuperaram neurónios.
A doença de Parkinson resulta da redução dos níveis de uma substância que funciona como um mensageiro químico cerebral nos centros que comandam os movimentos. Essa substância é a dopamina. Quando os seus níveis se reduzem, dá-se a morte das células cerebrais que a produzem.
Os atuais tratamentos contra a doença apenas aliviam temporariamente os sintomas, uma vez que não conseguem evitar a perda de neurónios. Um estudo publicado na revista científica Nature demonstra que é possível reverter a perda de neurónios ao converter astrócitos em neurónios.
Os astrócitos são um dos tipos de células mais numerosos do cérebro e são importantíssimos na comunicação entre várias regiões do cérebro que são relevantes para a cognição.
Os investigadores chegaram a esta conclusão após injetarem em ratos um vírus que suprime a produção de uma proteína chamada PTB, que bloqueia a produção de proteínas neuronais pelos astrócitos. De acordo com o site Massive Science, com níveis mais baixos de PTB, os astrócitos podiam produzir proteínas neuronais e tornar-se cada vez mais semelhantes aos neurónios.
Não só os investigadores verificaram uma restauração dos níveis de dopamina como também uma correção total dos sintomas em ratos.
Estima-se que cerca de 20 mil portugueses sofram desta doença. À escala mundial, estima-se que existam 7 a 10 milhões de indivíduos com Parkinson. A sua prevalência aumenta com a idade, sendo rara antes dos 50 anos, e é mais comum nos homens do que nas mulheres. Contudo, em 5% dos casos, surge antes dos 40 anos.
Esta descoberta pode ser um passo importante para curar totalmente a doença de Parkinson em humanos, embora os cientistas ainda estejam um pouco longe disso.