Dia de Todos os Santos divide os autarcas. Há concelhos que não vão fechar cemitérios

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Daniel Silva / Facebook

Cemitério de Agramonte no Porto.

Todos os anos, o dia 1 de novembro carateriza-se pela ida dos portugueses aos cemitérios para recordar os seus entes queridos que já partiram. Num ano atípico como tem sido este, a tradição pode não se cumprir, mas as autarquias já se dividem nas opiniões.

Em plena pandemia a abertura dos cemitérios no feriado de Todos os Santos está a dividir as autarquias. Enquanto Gaia, Coimbra, Cascais e Viana do Castelo vão manter as portas dos cemitérios abertos, Póvoa de Varzim, Vila do Conde e Trofa consideram que a melhor opção é fechar, apesar da Conferência Episcopal ter apelado à abertura destes espaços.

Para as autarquias que decidam abrir este ano, a visita aos cemitérios vai ter medidas mais apertadas.

Em Gaia, a autarquia vai manter os cemitérios abertos, sendo que haverá um tempo limitado de permanência para cada pessoa ou família. “No máximo, vão poder estar 45 minutos no interior do cemitério“, adianta Eduardo Vítor Rodrigues à Renascença. O autarca alerta que entrar “no raciocínio de que tudo pode ter risco, qualquer dia fecha-se tudo, porque tudo tem risco”.

Também o presidente da autarquia local de Coimbra, Manuel Machado, sugeriu alargar para três dias o período em que os cemitérios funcionam com um horário maior do que é habitual. “Teremos condições de segurança acrescidas, com controlo de acessos em termos de número de pessoas para evitar ajuntamentos e respeitar as regras da Direção-Geral da Saúde”, explica.

A autarquia de Viana do Castelo também optou pela abertura dos cemitérios, mas vai contar com o apoio dos escuteiros, da GNR e da PSP para ajudar na fiscalização.

Mais a sul, em Cascais, o presidente da Câmara, Carlos Carreiras, garante que “vai manter o funcionamento como tem estado a fazê-lo”, mas “obviamente reforçando os meios para se cumprirem as regras colocadas pela DGS”, quer em termos de concentração de pessoas, quer na preocupação de higienização de todos aqueles que queiram visitar os cemitérios.

No entanto, nem todos os concelhos vão aplicar medidas e preferem manter as portas fechadas no feriado. Depois da Póvoa de Varzim, também Vila do Conde e Trofa decidiram encerrar os cemitérios, por decisão da vigararia local.

Num comunicado enviado à Renascença, o padre Luciano Lagoa, vigário de Trofa e Vila do Conde, explica que a decisão se deve às “circunstâncias” impostas pela pandemia de Covid-19 após recomendação da CEP, que aconselhava a suspensão de “concentrações religiosas passíveis de forte propagação da pandemia”.

Sem um consenso alargado entre os autarcas de todo o país, espera-se que o dia 1 de novembro seja celebrado em alguns concelhos, enquanto noutros os cemitérios deverão ter mesmo a porta fechada.

ZAP //

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