O principal arguido no caso do furto de armas de Tancos, João Paulino, apresentou ao tribunal um requerimento mostrando-se disponível para entregar o material ainda desaparecido dos paióis de Tancos a troco de uma possível redução de pena.
De acordo com o despacho, a que a Rádio Renascença e o Expresso tiveram acesso, o pedido já foi aceite pelo juiz Carlos Alexandre, com o Ministério Público a concordar que a colaboração pode ter uma repercussão positiva para João Paulino no momento da sentença.
João Paulino está em prisão domiciliária e mostra-se “disponível para entregar o resto do material subtraído dos paióis nacionais de Tancos, aguardando que a Polícia Judiciária o contacte no sentido de agilizar a sua entrega”, como cita o Expresso.
Em causa estão 1.450 munições de 9mm, um disparador de descompressão, duas granadas de gás lacrimogéneo, uma granada ofensiva, duas granadas ofensivas de corte para instrução, 20 cargas lineares de corte CCD20 e 15 cargas lineares de corte CCD30, ainda de acordo com o semanário.
Esta colaboração do ex-fuzileiro visa obter uma possível redução de pena no julgamento que está previsto arrancar a 2 de Novembro no Tribunal de Santarém.
O caso do assalto a Tancos tem 23 arguidos, incluindo o ex-ministro da Defesa, Azeredo Lopes, que é suspeito de denegação de justiça e prevaricação, favorecimento pessoal e abuso de poder.
O coronel Luís Vieira, ex-diretor da Polícia Judiciária Militar, o ex-porta-voz daquela polícia, Vasco Brazão, bem como militares da GNR são outros arguidos do processo.
Nove dos arguidos participaram no assalto aos paióis na madrugada de 28 de Junho de 2017, enquanto os restantes estiveram envolvidos na operação ilegal de recuperação do armamento.