A ministra da Cultura anunciou hoje que o Governo vai trazer para Portugal gravações de som de Amália Rodrigues que se encontram dispersas pelo mundo, parte das quais são inéditas ou desconhecidas.
Graça Fonseca anunciou esta medida no início da sessão de evocação do centenário do nascimento de Amália Rodrigues, no Panteão Nacional, em Lisboa, antes dos discursos do presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, e do primeiro-ministro.
“O Ministério da Cultura vai dar início ao processo de trazer para Portugal as gravações de som de Amália Rodrigues, muitas delas inéditas e até desconhecidas e que estão um pouco dispersas por todo o mundo”, afirmou Graça Fonseca.
A ministra da Cultura disse depois que “o objetivo é reunir e recuperar em Portugal o maior espólio possível de registos som da artista”.
“Queremos salvaguardar para sempre esse valiosíssimo património sonoro de Amália Rodrigues, com a sua dimensão universal e ao mesmo tempo tão nossa”, acrescentou a ministra da Cultura.
Após o discurso do presidente para o centenário das comemorações do centenário do nascimento de Amália Rodrigues, Rui Vieira Nery, em que detalhou o quadro de iniciativas previstas, o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, considerou que a fadista, ao longo da sua carreira, “soube aliar o popular e o erudito, o tradicional e o novo, assim como o lírico e o trágico”.
“Com uma carreira fabulosa de mais de seis décadas, Amália tornou o fado outro fado, fazendo-o símbolo da nossa identidade mais funda”, sustentou.
Fernando Medina salientou depois que “Amália levou a voz de Portugal ao mundo” e que “continua a ser admirada e amada por todas as gerações”.
“A sua carreira internacional foi das mais apoteóticas e mundiais de todo o século XX e tornou-se a primeira artista portuguesa verdadeiramente global. A sua voz fez de Lisboa a cidade mais cantada do mundo”, acrescentou o presidente da Câmara da capital.
Após lembrar, tal como antes tinha feito Rui Vieira Nery, que hoje se completam 21 anos da morte de Amália Rodrigues, Fernando Medina, “em nome de Lisboa, testemunhou a gratidão infinita e sempre renovada por tudo aquilo que deu”.
“Na sua voz imortal, aquilo que Amália canta continua a fazer-se vida. Por isso, homenagear Amália é dar ao futuro o que melhor tivemos e temos. A saudade que ela tão bem cantou é agora a nossa saudade dela. Por isso, continuaremos a ouvir a sua voz e a chamar-lhe nossa”, frisou o presidente da Câmara de Lisboa.
// Lusa