Goleada do “dragão” no Bessa. No dérbi portuense entre Boavista e FC Porto, os campeões nacionais sentiram dificuldades na primeira parte, não conseguiram sequer enquadrar qualquer um dos seus remates, mas na segunda parte tudo mudou.
Cinco golos sem resposta, em seis disparos enquadrados, são o reflexo de uma etapa complementar muito diferente, por parte dos “azuis-e-brancos”, que tiveram em Moussa Marega o jogador mais perigoso.
O jogo explicado em números
- Os campeões nacionais não mexeram na equipa que venceu em casa na primeira jornada, 3-1 ao Sporting de Braga, confiando numa fórmula de sucesso. Porém, defrontaram um adversário diferente, em condições adversas, pelo que o primeiro tempo foi tudo menos fácil para o Porto.
- Excelente arranque de jogo, repartido, competitivo, com as duas formações a procurarem sempre o golo. Ligeiro ascendente, contudo, do FC Porto, com 51% de posse e 81% de eficácia de passe, contra 73% dos boavisteiros, mas no jogo apenas quatro remates, dois para cada um dos rivais e nenhum enquadrado. O lance de maior perigo nesta fase inicial pertenceu aos visitantes, aos 12 minutos, quando Sérgio Oliveira serviu Uribe e este rematou forte ao ferro da baliza contrária.
- Muita luta, como é hábito nos dérbis portuenses. À passagem da meia-hora já se registavam 13 faltas, oito do lado boavisteiro, cinco dos “dragões”, que continuavam a ter algum ascendente (57% de posse), mas não conseguia descolar nos remates (quatro para cada lado), sendo que os da casa registavam mesmo o único enquadrado.
- O melhor nesta fase era o médio Nuno Santos, com um rating de 5.9, sobretudo pelas acções defensivas, com realce para quatro intercepções. O melhor do Porto era Manafá, com 5.7, já com dois passes valiosos e 33 acções com bola (máximo até à altura).
- Intervalo Primeiro tempo sem golos, algo que não espanta, uma vez que só se registou um remate enquadrado, e para o Boavista. O Porto teve mais bola, rematou mais (seis vezes contra quatro), mas nunca acertou com a baliza de Léo Jardim. Um jogo que se pautou pela luta intensa, num terreno molhado devido à chuva, e com 20 faltas. A grande diferença residiu na facilidade com que o Porto conseguiu entrar na área contrária (15 acções nesta zona), contra as dificuldades anfitriãs neste capítulo (somente três acções) O melhor em campo nesta fase era mesmo Nuno Santos, com um GoalPoint Rating de 6.2. Cinco intercepções, quatro delas dentro da primeira meia-hora, dois desarmes e cinco recuperações de posse eram números muito interessantes do médio.
- Primeiro remate do segundo tempo, primeiro golo. O Porto não havia enquadrado qualquer remate no primeiro tempo, mas quando o fez marcou, logo aos 47 minutos, através de um forte remate de Jesús Corona, a passe de Otávio Monteiro. Estava inaugurado o marcador, pelo que era de esperar uma mudança significativa na tendência do jogo.
- Não demorou muito até chegar o 2-0. Livre directo em zona frontal à área boavisteira, Sérgio Oliveira cobrou o lance e a bola desviou em Javi García, traindo Léo Jardim, que já se encaminhava na direcção contrária à da bola. Dois remates do Porto no segundo tempo, dois golos e o Boavista com uma “montanha para escalar”.
- À hora de jogo, as “panteras” tinham mais bola no segundo tempo (57%) e até mais remates (3 contra 2), com o mesmo número de enquadrados (2), mas a eficácia estava toda do lado contrário. Aos 67 minutos o 3-0, por Moussa Marega, a fugir entre os defesas e ao fora-de-jogo como é seu timbre, após grande passe de Sérgio Oliveira, e a atirar a contar.
- Aos 71 minutos o 4-0. Livre central de Sérgio Oliveira, para Otávio colocar na área de primeira, Corona amorteceu, também de primeira, para Marega e este bisou. Um lance estudado que resultou na perfeição e deixou os homens da casa quase sem reacção.
- O jogo estava mais do que decidido e ainda faltava muito para se jogar, faltando saber até onde se iria prolongar a grande eficácia portista. A facilidade com que o Porto conseguiu entrar na área boavisteira explica em grande parte essa eficácia, sendo que por volta dos 80 minutos, os “dragões” registavam um total de 13 disparos, dez deles já dentro da área dos homens da casa.
- O último golo aconteceu já na compensação, por Luis Díaz, a receber na área um cruzamento rasteiro de Manafá, antes de rematar a contar. Uma “manita” no dérbi portuense.
O melhor em campo GoalPoint
Extraordinário jogo de Sérgio Oliveira. O médio foi o “maestro” de todo o futebol ofensivo do FC Porto. Fez um golo, na conversão de um livre directo – com alguma sorte à mistura – e participou em outros dois tentos, registando assistência para um dos golos de Marega. O seu GoalPoint Rating de 8.3 reflecte ainda quatro remates, três passes para finalização, cinco passes valiosos, mas também nove recuperações de posse e cinco acções defensivas, com destaque para três intercepções.
Jogadores em foco
- Moussa Marega 7.6 – Não foi o MVP, mas certamente uma das grandes figuras do jogo. O maliano é um poço de força e fez mais dois golos, em três remates enquadrados (num total de seis). Desperdiçou, contudo, uma ocasião flagrante e esteve mal no drible, conseguindo completar somente um em nove tentativas.
- Otávio 7.4 – Como Sérgio Conceição referiu na “flash interview”, o Porto precisava de criatividade na zona central do meio-campo, e o brasileiro forneceu isso mesmo quando “migrou” para o eixo. Uma assistência em quatro passes para finalização, sete passes valiosos e seis faltas sofridas, três delas em zona de perigo, são os principais números de Otávio.
- Jesús Corona 7.1 – Boa resposta do mexicano ao jogo menos conseguido na jornada inaugural. O seu golo logo no arranque do segundo tempo foi fundamental para o triunfo portista. O extremo somou ainda uma assistência em três passes para finalização e oito passes valiosos (máximo do jogo), e completou três de oito tentativas de drible.
- Wilson Manafá 7.0 – O lateral continua a aproveitar da melhor forma as oportunidades neste arranque de temporada. Uma assistência, sete passes valiosos e dois dribles eficazes (ambos no último terço) são os seus melhores números ofensivos, e na retaguarda somou dez recuperações de posse e quatro desarmes.
- Agustín Marchesín 6.3 – A goleada foi do Porto, o maior número de defesas foi do guarda-redes “azul-e-branco”. Se Léo Jardim sofreu cinco golo e fez só uma defesa, Marchesín fez quatro “paradas” e não sofreu nenhum. E três delas foram a remates na sua grande área.
- Adil Rami 5.8 – O campeão do Mundo por França acabou por ser o melhor do lado boavisteiro, apesar da goleada. Rami terminou o encontro com 11 acções defensivas, com destaque para três desarmes e dois bloqueios de remate. Faltou-lhe, porém, velocidade para acompanhar Moussa Marega.
// GoalPoint