O Governo mexicano anunciou na terça-feira que abriu uma investigação para determinar se mulheres mexicanas foram esterilizadas sem o seu consentimento num centro de detenção para migrantes nos Estados Unidos (EUA).
“Já estamos em contacto com seis [mulheres mexicanas] entre aquelas que podem ter sido submetidas a este tipo de procedimento (…). É algo inaceitável que rejeitamos de antemão”, destacou o ministro dos Negócios Estrangeiros do México, Marcelo Ebrard, durante a conferência de imprensa diária do Presidente do país, Andrés Manuel Lopez Obrador, citado pela agência Lusa.
Segundo noticiou a agência AFP, o ministro acrescentou que foi emitido nos EUA um “alerta consular”, após uma organização de defesa de migrantes ter denunciado na semana passada supostas esterilizações forçadas num centro de detenção em Irwin, no estado norte-americano da Geórgia.
Funcionários consulares mexicanos estão a entrevistar as seis mulheres para obter mais informações e determinar se foram vítimas deste tipo de abuso, sublinhou Marcelo Ebrard. “Isto deve ser esclarecido. Se for confirmado, é um grande problema e não devemos apenas aplicar sanções, mas também tomar medidas”, vincou.
O Governo do México tinha pedido em 16 de setembro às autoridades dos Estados Unidos esclarecimentos sobre alegadas violações dos direitos humanos, incluindo histerectomias forçadas e agressões sexuais, contra mulheres que estavam detidas em instalações de detenção temporária.
Este pedido das autoridades mexicanas tinha surgido depois de várias congressistas norte-americanas terem legitimado as denúncias de pelo menos 17 mulheres que teriam sido submetidas a cirurgias desnecessárias, incluindo histerectomias, numa instalação migratória em Irwin, Geórgia.
Várias organizações apresentaram na semana passada uma queixa no Departamento de Segurança Nacional norte-americano baseada no testemunho de Dawn Wooten, uma enfermeira que trabalhava num destes centros e que denunciou “práticas perigosas”.
A deputada democrata na Câmara dos Deputados Pramila Jaypal pediu igualmente uma investigação nos EUA para esclarecer estas acusações.
// Lusa