Um espécime de pinguim-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) foi encontrado morto numa popular praia brasileira e a autópsia ao corpo revelou que o animal tinha no seu estômago uma máscara de proteção facial N95.
O animal foi encontrado no passado dia 9 de setembro na praia de Juquei, no interior de São Paulo, dois dias depois de um feriado local que costuma levar mais pessoas ao local, tal como escreve a revista norte-americana Newsweek.
Exames ao corpo revelaram que o animal tinha consumido uma máscara de proteção individual inteira que terá confundido com alimento.
“As consequências do grande número de pessoas que frequentaram as praias do litoral norte de São Paulo no feriado prolongado de 7 de setembro podem ter custado a vida de um pinguim-de-Magalhães, cuja causa da morte está associada a uma máscara que foi encontrada no interior do seu estômago”, afirmou em comunicado o Instituto Argonauta, a associação sem fins lucrativos local responsável pelas perícias realizadas ao pinguim.
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O mesmo instituto diz ainda ter encontrado 113 máscaras “descartadas incorretamente” nas praias do litoral norte de São Paulo entre 16 de abril e 13 de setembro. Dez destes equipamentos de proteção foram encontrados a 8 de setembro, logo após o fim do feriado.
Este número é bastante mais elevado do que qualquer outro dia analisado.
O organismo recorda ainda que as máscaras faciais, bem como outros plásticos descartados incorretamente pelo Homem, podem ser consumidas por animais, causando bloqueios no sistema digestivo e fazendo com que morram de fome.
“Este caso é a prova inequívoca de que este tipo de resíduo causa danos e mortalidade à fauna marinha, além [de evidenciar a] irresponsabilidade de quem deixou a máscara num local inapropriado”, disse o presidente do instituto, Hugo Gallo Neto, em comunicado.